Pais dos alunos da Escola Betel estão preocupados com a suspenção da parceria por parte da Prefeitura de Barreiras
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Direção e pais dos alunos que frequentam a Escola Betel de Aplicação, na Vila Rica, estão preocupados com a decisão tomada pela Prefeitura Municipal de Barreiras, que através da Secretaria Municipal de Educação, suspendeu o Termo de Fomento que mantinha com a entidade.
Texto e fotos JornalNF

Direção e pais dos alunos que frequentam a Escola Betel de Aplicação, na Vila Rica, estão preocupados com a decisão tomada pela Prefeitura Municipal de Barreiras, que através da Secretaria Municipal de Educação, suspendeu o Termo de Fomento que mantinha com a entidade.

No EBA é desenvolvido projeto/escola, trabalho piloto de alfabetização de crianças, uma das ações do NUED/UNEB, coordenado e de autoria da professora Débora Anunciação da Silva Bastos Cunha e assessorado pelas monitoras estudantes do curso de Pedagogia e professoras do município de Barreiras. O funcionamento da EBA, até então, era sustentado numa parceria com a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Campus IX, Barreiras, a Associação Batista Betel de Ação Social e a Secretaria Municipal de Educação de Barreiras, mas desde que o executivo publicou no Diário Oficial do Município a suspenção do convênio, os pais estão sendo avisados que os alunos serão transferidos para o Colégio Municipal Cleonice Lopes, no mesmo bairro, o que tem gerado discordância entre eles.

Segundo Débora Anunciação Cunha, diretora do EBA e idealizadora do projeto, a implantação do trabalho de alfabetização no EBA começou em 2006, a partir de uma pesquisa que investigou as razões pelas quais as crianças não conseguiam aprender a ler e escrever nas duas primeiras séries do ensino fundamental. A partir desses dados ela desenvolveu uma proposta de alfabetização bem como uma proposta de formação continuada dos professores para dar embasamento a realização do projeto que começou de forma experimental com uma turma piloto de 25 crianças. “Durante estes 13 anos de atividades, a EBA foi contemplada com recursos do Fundo para o Desenvolvimento Sustentável e Integrado da Bahia (Fundesis) para ampliação do espaço e aquisição de carteiras e materiais didáticos, e devido à repercussão positiva do trabalho, dobramos nossa capacidade, passando a atender atualmente 200 crianças em fase de alfabetização”, disse a educadora, lembrando que durante o período de existência a EBA tem sido um grande laboratório de professores , de testagem de material acadêmico, tornando-se referência no município na área de alfabetização.

Débora ressaltou ainda que na proposta formulada pelo Ministério de Educação em 2013, através do Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa, o EBA esteve presente, inclusive com o texto de um aluno da escola publicado no material do MEC que foi distribuído em todo o país.

“A nossa preocupação, que também é dos pais dos alunos, é quanto a transferência dessas crianças, com idade entre seis e oito anos, para estudar numa Escola de Ensino Fundamental II, com estudantes na fase de adolescência. Essas crianças terão que utilizar o mesmo banheiro, o mesmo refeitório, enfim, esse contato pedagogicamente não é recomendado”, reforçou Débora.

A direção da Escola Betel de Aplicação informou que promoverá uma reunião com os pais dos alunos para explicar o que está ocorrendo e que tem tentado, ainda que sem sucesso, uma audiência com o prefeito municipal, numa tentativa de reverter essa situação.

Nossa reportagem esteve na Secretaria Municipal de Educação e conversamos com Aparecido Freitas, chefe de gabinete da secretária Cátia Pereira Aires de Alencar. Ele relatou que a Escola Betel de Aplicação não é uma escola, mas sim um anexo da Escola Municipal Cleonice Lopes, tanto é que os alunos que lá frequentam, quando matriculados, tem como origem a Cleonice Lopes. Para se ter uma ideia, quando é feito o senso escolar, as crianças da EBA são contabilizadas como alunos da Escola Cleonice Lopes. “Estamos reordenando a rede municipal de ensino, com reformas e ampliações de prédios, bem como construções de novas unidades de ensino, e agora o Cleonice Lopes tem espaço de sobra. Fizemos adequações na escola para que os alunos não tenham contato com os alunos mais velhos”, comentou Freitas.

Para ele, não se justifica manter um Termo de Fomento com a EBA se o município tem espaço sobrando em suas escolas. “Esse Termo de Fomento gira em torno de R$ 100 mil por ano e é utilizado para a manutenção da Escola Betel de Aplicação. Outro fator que dificultou a manutenção da parceria foi quanto a indisponibilidade de ampliação de salas na EBA. A Escola Betel só trabalha com os dois primeiros anos da alfabetização e o município necessita que seja ampliado até o quarto ano. Como eles não têm espaço disponível e a Escola Cleonice Lopes tem, os alunos vão retornar para seu local de origem”, conclui o chefe de gabinete.

Jornal Nova Fronteira