Portadores de Catarata são ignorados pela Prefeitura de Barreiras
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A única coisa que os portadores de Catarata conseguem ver nitidamente é descaso e desconsideração da Secretaria de Saúde de Barreiras para com eles.

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Da redação JornalNF

A única coisa que os portadores de Catarata conseguem ver nitidamente é o descaso e a desconsideração da Secretaria de Saúde de Barreiras para com eles.

Nossa reportagem recebeu e-mails de parentes de portadores de Catarata e há mais de 30 dias vem tentando, insistentemente, ouvir da secretária de saúde de Barreiras, Regina Figueiredo, o motivo pelo qual o município deixou de disponibilizar na rede municipal de saúde as cirurgias de cataratas. Apesar dos insistentes pedidos, a nobre secretária parece não ter tempo para informar a essas pessoas o que está acontecendo ou será que os considera assuntos de menor relevância.

Por outros meios descobrimos que a profissional que prestava serviços para a Prefeitura resolveu dobrar o preço da cirurgia, passando de R$ 1.200,00 para R$ 2.400,00. Só não fomos informados que o aumento pode ter ocorrido devido aos inúmeros atrasos nos repasses a esses profissionais. Um funcionário da Secretaria de Saúde, que preferiu não se identificar, informou que em função desse aumento o município ficou impedido jurídica e tecnicamente de cobrir o valor. Até aí tudo bem, qual a dificuldade em explicar oficialmente o que vem ocorrendo e o que a Secretaria tem feito para tentar reverter ou minimizar a situação.

E sobre o ‘Mutirão de Caratara’ que estava previsto para acontecer este ano, porque não ocorreu? Relatos indicam que foi realizado no mês de novembro na cidade de Jacobina e que posteriormente viria para o Oeste da Bahia. Porque não veio? Qual a resposta do Governo do Estado sobre o assunto? É tão difícil responder isso?

Será que a secretária não tem respostas ou provavelmente não é importante para ela e para o município entender as dificuldades que um portador de Catarata tem em diferenciar o que vem ao seu encontro ao passar numa faixa de pedestre é uma bicicleta, uma moto, um carro, um ônibus ou um caminhão. Talvez não seja prioridade para Secretaria de Saúde, compreender a dificuldade que uma pessoa com Catarata tem em se locomover por nossa ‘acessível cidade’.  Será que não tem importância para o município se uma pessoa com Catarata olhar para seus netos e só enxergar um vulto. É provável que essas pessoas só sejam reconhecidas e valorizadas pela atual gestão a partir de junho de 2016, quando se aproximarem as eleições. Até lá, se uma pessoa com Catarata tropeçar nos inúmeros desníveis que existem nas calçadas da cidade e cair de cara no chão, isso, com certeza, não importará para Regina nem tão pouco para Antônio.

Infelizmente o questionamento feito por Léu Cesar, filho de uma pessoa com Catarata, ficará sem resposta. Segundo ele, muitas pessoas estão precisando desta cirurgia para que tenham uma melhor qualidade de vida, mas não podem pagar por tal serviço, pois o preço é inacessível para a maioria. “Sendo assim, deixo uma pergunta ‘para que seja respondida’. Será que minha mãe e as demais pessoas de nossa região que estão precisando desta cirurgia em caráter de urgência, vão ficar sem VER?”, questiona Léu Cesar.

Jornal Nova Fronteira