Foi confirmado no último dia 05 de abril, a descoberta de um foco de Peste Suína Clássica (PSC) no Município de Lagoa do Piauí, Estado do Piauí, fora da zona livre de PSC no país.
A investigação realizada pela Agência de Defesa Agropecuária do Piauí – ADAPI, como parte do sistema de vigilância das doenças hemorrágicas dos suínos, em uma propriedade de criação extensiva de 13 suínos, identificou a ocorrência de mortalidade de sete leitões menores de três meses de idade e a presença de animais com sinais de fraqueza, febre alta e paralesia de membros posteriores.
Um animal foi eutanaziado para necropsia e colheita de amostras, cujos testes laboratoriais executados no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, em Minas Gerais, identificaram a presença de anticorpos pelo teste ‘Elisa’ e a presença de agente da Peste Suína Clássica (PSC).
Outras análises laboratoriais e investigações clínico-epidemiológicas estão em andamento na região, e medidas para eliminação do foco serão aplicadas.
Destacamos que desde outubro de 2018, houve a confirmação de 44 focos de PSC no Brasil, localizados no Estado do Ceará, também fora da zona livre de PSC no País.
A peste suína Clássica, também conhecida como febre suína ou cólera dos porcos, é uma doença causada por vírus, que tem como possíveis hospedeiros apenas porcos e javalis e se caracteriza pelo grande poder de difusão, consequências econômicas e sanitárias graves com repercussão no comércio internacional.
Embora não seja uma zoonose, ou seja, não representa riscos de saúde para humanos, as perdas são exclusivamente para os produtores suínos, é um problema de ordem econômica.
O Piauí, assim como grande parte dos estado do Nordeste, não faz parte da zona livre de peste suína clássica, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), devido à dificuldade de controlar a origem e o trânsito de suínos.
Como o Estado do Piauí faz fronteira com a Bahia, torna-se ainda mais importante o aparelhamento da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). É de conhecimento de todos que a coordenadoria da Adab em Barreiras trabalha em defasagem de recursos humanos e equipamentos e o risco de entrada de outras doenças através do transporte clandestino de animais é enorme. A entrada de bovinos no Oeste da Bahia vindos de outros estados da região Norte pode trazer animais contaminados com vírus da aftosa e barrar toda a comercialização de produtos agropecuários produzidos na região. A aftosa, por ser uma zoonose, traria o caos total. Nada sai, nada do que é produzido no campo pode ser comercializado. Soja, milho, algodão, café, feijão frutas, legumes, hortaliças, leite e derivados, entre outros produtos seriam impedidos de sair da região Oeste. Produziríamos, mas não teríamos para quem vender. O Oeste quebraria.