Barreiras: Após briga, alunos dizem que foram trancados em banheiro por guardas municipais
  • Compartilhe:

Mães de dois adolescentes denunciaram ao Ministério Público que os filhos, de 12 e 13 anos, foram trancados dentro de um banheiro e levados para complexo policial após uma briga na escola municipal em que estudam, no povoado de Baraúna, zona rural de Barreiras, no oeste da Bahia.

escola1

Fonte Correio da Bahia | Imagens D’Artagnan Nascimento/TV Oeste

Mães de dois adolescentes denunciaram ao Ministério Público que os filhos, de 12 e 13 anos, foram trancados dentro de um banheiro e levados para complexo policial após uma briga na escola municipal em que estudam, no povoado de Baraúna, zona rural de Barreiras, no oeste da Bahia. Segundo os adolescentes, a diretora chamou a Guarda Municipal e chegou a pedir que os meninos fossem algemados. Eles foram retirados da escola e levados para a sede da Guarda sem que as mães fossem avisadas.

escola

De acordo com um dos garotos, a agressão psicológica começou quando a diretora pediu ajuda a um guarda para controlar a situação. “O guarda pegou e trancou a gente no banheiro. Aí a diretora falou bem assim, que sim, algema os dois. Aí, o guarda falou bem assim, que não podia algemar duas crianças. Aí ela falou: – Então, já que não pode, deixa eles dois lá. Até a guarda chegar”, disse um dos adolescentes.

Segundo os jovens, ambos foram acompanhados até Barreiras por quatro guardas municipais e as mães dos alunos não foram avisadas sobre o que estava acontecendo e só ficaram sabendo depois que os meninos já tinham sido levados.

“A coordenadora chegou lá com a vizinha minha, disse que tinha levado os meninos para o Conselho Tutelar. Já isso era o que, já eram umas três horas da tarde. Chegando no Conselho Tutelar falaram que não aceitaram eles lá, aí falou que não tinha aceitado e que a Guarda Municipal tinha levado eles para o complexo policial. A gente foi na Guarda Municipal e eles estavam lá”, relata a dona de casa, Valdirene Martins, mãe de um dos adolescentes.

Depois de buscar o filho, Valdirene foi até a escola buscar explicações da direção por não ter comunicado os responsáveis sobre a situação. “Eu estou revoltada pela atitude que ela tomou, porque ela afirma que agiu certo. Ela afirma que agiu certo e eu sei que ela agiu errado, porque uma diretora para ser diretora da escola, uma educadora, tratar umas crianças, porque para mim é uma criança, um de 12 e um de 13 é criança, tratar dessa maneira”, revolta-se a dona de casa.

Depois do ocorrido, as mães dos meninos buscaram auxílio da Justiça. Elas procuraram o Ministério Público para denunciar o que havia acontecido. “Eu quero que a promotoria faça alguma coisa pela gente porque a gente não pode deixar isso impune”, disse a dona de casa Darlene Barreto, mãe do outro jovem.

A direção da escola e o município não quiseram se pronunciar, mas já foram notificados. A secretaria de Educação recebeu um documento do MP exigindo justificativa e explicação sobre o caso. “Eu fiquei horrorizado né, por causa que, na escola, nunca teve isso. Eu sempre discuti e resolveu aqui, nunca houve isso”, conclui um dos garotos. Em nota, a prefeitura informou que já abriu um processo administrativo para apurar os fatos.

Jornal Nova Fronteira