Dia do Algodão da Bahia reuniu mais de 1.400 pessoas em Roda Velha
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A 1ª edição do Dia do Algodão da Bahia, realizado no último dia 15, no distrito de Roda Velha, zona rural de São Desidério, reuniu aproximadamente 1.400 agricultores, consultores técnicos, engenheiros agrônomos e pessoas envolvidas na cadeia produtiva do algodão.

Da redação JornalNF, com informações da Ascom Abapa

A 1ª edição do Dia do Algodão da Bahia, realizado no último dia 15, no distrito de Roda Velha, zona rural de São Desidério, reuniu aproximadamente 1.400 agricultores, consultores técnicos, engenheiros agrônomos e pessoas envolvidas na cadeia produtiva do algodão.

O evento demonstrou mais uma vez que o agronegócio é a locomotiva que vem puxando o desenvolvimento do país, e um dos poucos setores que tem proporcionado um superávit positivo na balança comercial brasileira.

A gigantesca infraestrutura montada na Fazenda Sete Povos demonstrou a força dos cotonicultores da Bahia, segundo maior produtor do Brasil, com aproximadamente 330 mil hectares plantados. A safra 2018/19 no Oeste da Bahia bateu novo recorde na produção da fibra.

Atualmente o Brasil ocupa a 5ª posição no ranking mundial com 1,7 milhões de toneladas colhidas, sendo que 700 mil toneladas são usadas para abastecer o mercado interno. O excedente é exportado para países como China, Índia, Paquistão e União Europeia.

A cada ano que passa a produtividade no Brasil vem sendo ampliada, muito disso em função do investimento em pesquisas e uso de tecnologia de ponta. Para se ter uma ideia, no final dos anos de 1990, a média alcançada nas lavouras brasileira girava em torno de 150 arrobas por hectare. Atualmente os cotonicultores estão conseguindo produzir aproximadamente 350 arrobas por hectare, um salto de mais de 240%.

A produtividade alcançada nas lavouras de algodão no país apresenta uma das melhores médias mundiais, entre produção e área plantada, gerando empregos e renda no campo e na cidade.
Segundo Júlio Cezar Busato, presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), apesar da excelência dos produtores da porteira para dentro, a deficiência do governo em investimentos em infraestrutura de transportes e o baixo desempenho logístico, são verdadeiros gargalos que aumentam os custos finais, impactando significativamente na rentabilidade, além de dificultar a comercialização por conta dos preços da commoditie perderem competitividade em relação a outros países produtores e exportadores da fibra do algodão.

Sobre a infraestrutura montada para receber os convidados, Julio Busato comentou que o espaço foi escolhido para acolher os convidados. “Reunimos aqui, associações e sindicatos para recepcionar a cada um, e apresentar os trabalhos desenvolvidos pelas entidades representativas do agro, destacando que todo trabalho realizado por cada uma dessas instituições é desenvolvido por equipes que lutam e defendem seus interesses e os interesses coletivos em benefício da cadeia do algodão e do agronegócio da região Oeste da Bahia”.

No pavilhão central as empresas parceiras da Abapa tiveram estandes exclusivos para recepcionarem seus clientes e um auditório com capacidade para duzentas pessoas foi montado para apresentação de duas importantes palestras. A primeira foi ministrada por Ariel Coelho, diretor no Brasil do Cotton Distributors Inc. e diretor da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (ANEA). Ariel enfocou sobre ‘Oferta e Demanda – Mercado de Algodão’. Na oportunidade os participantes tiveram uma verdadeira aula de mercado e tiveram conhecimento das perspectivas da cultura do algodão quanto a guerra tarifária entre EUA e China, o que tem sinalizado positivamente para as exportações do Brasil.

Logo após, Rogério Boueri Miranda, subsecretário de política agrícola e do meio ambiente na Secretaria de Política Econômica no Ministério da Economia falou dos planos do atual governo. Segundo Rogério Miranda, o Governo Federal tem por meta implantar mudanças que são imprescindíveis na política econômica do país. “No plano geral o Governo pretende implantar gradativamente algumas mudanças, sem correr o risco de desmontar a Política Agrícola e em pôr em xeque o maior sucesso econômico do Brasil, que é o agronegócio. Aos poucos temos que migrar da situação de crédito para mitigação de riscos. Com isso fomentaremos a concorrência entre bancos públicos e privados, surgindo daí taxas de juros mais atrativas aos produtores rurais. Não é só questão do seguro que precisa melhorar, mas também o montante de investimentos no Plano Agrícola Nacional”, disse Rogério.

O Dia do Algodão Abapa contou também com a presença do presidente da Frente Parlamentar da Agricultura e Pecuária – FPA, o Deputado Federal, Alceu Moreira, que destacou o crescimento do agronegócio da região Oeste da Bahia, o presidente da Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Alexandre Pedro Schenkel, e o presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Carlos Alberto Moresco.

Confirmado para o próximo ano, o Dia do Algodão deverá entrar oficialmente no calendário de eventos do setor agrícola. Anfitrião do evento, Marcelino Flores, foi o agricultor homenageado e mesmo com as expectativas, se surpreendeu com o sucesso e o clima de entusiasmo gerado do evento. “Veio para a fazenda um público altamente qualificado e envolvido diretamente com o setor produtivo que trocou informações com as empresas, pesquisadores, jornalistas e entre os agricultores presentes. Foi um dia para ficar na história”, afirma. Para o produtor Luiz Carlos Bergamaschi, o evento inovou com a estrutura e por trazer outros espaços e temas de debate como o auditório que levou uma programação que atraiu mais especificamente os agricultores. “Deste debate, já surgiu um novo momento de reunião e articulação dos agricultores que é importante para a manutenção da cadeia produtiva do setor agrícola do Oeste da Bahia”, afirmou.

Programação – Nas estações técnicas, depois das boas vindas dos representantes das entidades agrícolas, os participantes seguiram para as estações técnicas com os temas: Biotecnologia, onde foram apresentadas as características e o manejo diante de novas cultivares de sementes Wide Strike 3 (Corteva), Bollgard 3 RR Flex (Bayer) e GLTP (Fibermax); Fitossanidade, com a demonstração de estratégias de manejo e controle de tigueira e soqueiras de algodão, e do bicudo do algodoeiro pelos técnicos da Embrapa Algodão e da Círculo Verde Consultoria; e de Pesquisa, para disseminação dos resultados dos estudos desenvolvidos pela Embrapa e Fundação Bahia, sobre monitoramento e manejo de doenças e pragas no Oeste da Bahia.

Durante o almoço de confraternização, o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura e Pecuária (FPA), Deputado Federal Alceu Moreira (MDB-RS), que realizou um pronunciamento em defesa de mais investimentos e apoio para o setor agrícola que vem ancorando a economia brasileira. O Dia do Algodão também abrangeu espaço para as mulheres que participaram e se envolveram no evento pela ação do Núcleo Mulheres do Agro. Ao final, o evento foi encerrado com uma atração musical. O Dia do Algodão foi organizado pela Abapa e contou com o apoio do Instituto Brasileiro de Algodão (IBA) e Fundeagro.

Jornal Nova Fronteira