Pequenos passos diante da crise
  • Compartilhe:

Quando nós falamos em crise financeira ou crise política e econômica, muitas vezes nós a descrevemos com imagens globais. Ou seja, ela abrange o mundo inteiro. E da mesma forma, nós pensamos que a crise só poderia ser superada com soluções globai

Padre Ezequiel Dal Pozzo
contato@padreezequiel.com.br

Quando nós falamos em crise financeira ou crise política e econômica, muitas vezes nós a descrevemos com imagens globais. Ou seja, ela abrange o mundo inteiro. E da mesma forma, nós pensamos que a crise só poderia ser superada com soluções globais. Quando se trata de crises políticas ou crises econômicas, isso de certa forma é verdade. O que é preciso é procurar novas regras que sejam válidas para todos os países. No entanto, isso não é válido para a maneira que eu pessoalmente respondo a crise em que me encontro por causa da crise global. Existem soluções que são globais, mas eu tenho que dar conta da minha vida aqui onde estou, por isso eu preciso dar conta da minha crise pessoal, daquilo que a crise envolve sobre mim mesmo. Eu não tenho como solucionar pessoalmente a crise mundial, pelo contrário, eu preciso considerar os passos que devo dar para responder a minha crise individual, e nesse caso é bom ser modesto e pensar em passos pequenos, ao invés de quebrar a cabeça em busca de soluções para a crise mundial.

Um desses pequenos passos poderia ser planejar as próximas férias com modéstia, desistir de viagens de férias que sejam caras. Um outro passo, por exemplo, poderia ser análise das despesas domésticas, meu consumo de energia é adequado? Ou eu poderia economizar aqui, poderia economizar ali? A questão dos alimentos: nossos alimentos e hábitos alimentares são realmente bons ou eu estou gastando demais? Não seria possível simplificar alguma coisa nesse sentido? Talvez isso também fosse bom para a minha saúde. Por isso, eu mesmo posso dar pequenos passos, eles me levam ao movimento. Quando olho fixamente apenas para a crise, permaneço parado e não tenho nenhuma ideia de como eu poderia reagir a ela. Se eu, no entanto, dar o primeiro passo, pequeno que seja, alguma coisa começa a se movimentar em mim. Então, eu sinto que não estou simplesmente entregue à crise, mas que eu posso reagir ativamente a ela. Ao me movimentar, também me ocorrerão outros passos que eu poderia dar.

Em todo caso, o movimento ativa a minha reflexão, a minha criatividade, e isso produz em mim uma sensação boa de que eu não estou dominado pela crise, mas que eu estou reagindo à crise. Esses pequenos passos são importantes! Não fiquemos reclamando o tempo todo. Busquemos dar passos e encontrar soluções.

Jornal Nova Fronteira