Pequenos empresários e comerciantes fazem carreata e panelaço contra fechamento de parte do comércio de Barreiras
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De acordo com os manifestantes, o decreto nº 85 é injusto e prejudica apenas um setor da sociedade barreirense. Durante a manifestação os participantes cobravam a presença do prefeito Zito Barbosa para que ele justificasse o porquê da atitude radical contra essa parte do comércio barreirense.

Pequenos empresários e comerciantes ligados ao setor de academias de ginásticas, salão de belezas, barbearias, bares e restaurantes que tiveram seus estabelecimentos fechados por conta do decreto municipal nº 85, de 16 de maio de 2020, realizaram no final da tarde de ontem, 18, uma carreata que teve como ponto de partida a Loja Havan, localizada na saída para Salvador e percorreram ruas do centro da cidade, terminando com um grande panelaço em frente a sede da Prefeitura Municipal de Barreiras, no bairro Aratu.

Os estabelecimentos citados somente poderão realizar atividades internas para atender ao público em modelo de delivery e drive-thru. O fechamento também se estende aos bares, restaurantes e afins que estejam sediados em postos de combustíveis.

Os demais estabelecimentos comerciais não citados para fechamento via decreto permanecerão em funcionamento até às 20h. Poderão exceder este horário: farmácias, inclusive de manipulação, clínicas de atendimento das áreas da saúde, consultórios médicos e estabelecimentos afins, clínicas veterinárias, para atuar em regime de emergência, bem como para a comercialização de medicamentos, distribuidoras de água e gás, e postos de combustíveis.

De acordo com os manifestantes, o decreto nº 85 é injusto e prejudica apenas um setor da sociedade barreirense.

Durante a manifestação os participantes cobraram a presença do prefeito Zito Barbosa para que ele justificasse o porquê da atitude radical contra essa parte do comércio barreirense.

Segundo os organizadores do movimento, depois de duas horas de manifesto e percebendo que eles não arredariam pé do local, o gestor mandou prepostos do Executivo para tentar explicar os motivos do decreto. “Os motivos elencados pelos prepostos do prefeito foram vazios e não nos convenceram”, relatou um dos organizadores.

Depois de idas e vindas, após muitas conversas, ficou decidido que os pequenos empresários e comerciantes atingidos pelo decreto preparassem um documento em que eles se responsabilizariam em manter todas demandas necessárias para evitar a contaminação dos clientes. Entre os itens que devem constar no documento é o compromisso dos pequenos empresários e comerciantes disponibilizarem álcool gel e máscaras para os clientes, além de restringirem o número de pessoas no estabelecimento, bem como o distanciamento necessário entre eles.

Um dos organizadores do evento comentou que a Prefeitura resolveu editar o decreto em função de alguns locais não estarem se adequando as normas sugeridas pela Secretaria Municipal de Saúde, o que foi contestado pela maioria. Para eles, não é necessário punir toda a categoria, basta bloquear o alvará de funcionamento daqueles que não estiverem cumprindo com as normas de segurança.

Entramos em contato com a Diretoria de Comunicação de Barreiras que nos encaminhou para a chefe de gabinete da Prefeitura. Marileide Carvalho de Souza nos informou que o decreto nº 85 foi baseado em uma série da dados coletados que indicam que a abertura desse setor foi fundamental para o aumento de casos na cidade. “Mesmo assim, ontem, durante reunião com representantes do movimento, ficou decidido que eles elaborariam um documento se comprometendo em seguir todas as recomendações sanitárias necessária para evitar a disseminação do Covid-19. Esse documento será repassado para a Comissão de Operações Especiais (COE), que a cada três dias se reúne para avaliar todas as ações tomadas para o combate da pandemia”, comentou a chefe de gabinete, enfatizando que assim que a Prefeitura liberou a reabertura de todo o comércio da cidade esses estabelecimentos em destaque, cumpriram rigorosamente as determinações da saúde, mas que com o passar do tempo ocorreu um relaxamento das medidas sanitárias, fazendo com que a curva de contaminação subisse muito. “Nos últimos dias o que se viu foram bares e restaurantes lotados, com grandes aglomerações, indo de encontro as normas de segurança sanitária”.

A chefe de gabinete alertou ainda que esse decreto não é definitivo, teve data de início e data para término e que infelizmente o mundo está passando por um momento atípico em que a prioridade agora é salvar vidas.

Jornal Nova Fronteira