Minas Gerais registra presença da Helicoverpa armigera em lavouras do estado
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Foi detectada a presença da Helicoverpa armigera nas lavouras de soja das cidades de Paracatu e Unaí, na região noroeste do estado de Minas Gerais.

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Agrolink

Foi detectada a presença da Helicoverpa armigera nas lavouras de soja das cidades de Paracatu e Unaí, na região noroeste do estado de Minas Gerais. “Em parceria com a Ihara, instalamos cinco armadilhas em pontos estratégicos da lavoura de soja. Além das adultas, encontramos também a própria Helicoverpa no crisólito inicial da planta”, conta Frederico Quirino, consultor da Planeje Projetos Agropecuários e Assistência Técnica Ltda.

De acordo com o especialista, o ressurgimento da praga foi acelerado pela pressão do clima, com a intensificação do fenômeno climático “El Niño”. Segundo ele, há semanas chove muito pouco, e o calor insiste em não dar trégua.

Quirino explica que o projeto de monitoramento e manejo assertivo, proposta pela Ihara aos produtores brasileiros, visam minimizar o impacto da Helicoverpa armigera nos resultados da safra. “Se todo mundo cuidar para que as larvas não eclodam na lavoura, a próxima geração será menor e não haverá perda para os agricultores”, defende.

A identificação precoce da infestação abre a oportunidade de iniciar o controle de imediato, conforme conta o gerente da Fazenda Buriti (Unaí), Adalberto Luiz Gatto: “Quando encontramos os insetos passamos a fazer a aplicação do vírus (Gemstar, distribuído no Brasil pela Ihara) e deu muito certo. Nesta segunda-feira vamos fazer uma nova análise”.

O ingrediente ativo do Gemstar é um nucleopolyhedrovirus natural que infecta as larvas. O mecanismo de ação é simples: as lagartas que atacarem uma cultura pulverizada com Gemstar são infectadas pela ingestão de partículas de vírus depositados sobre a planta. A larva para de comer, enquanto o vírus se multiplica rapidamente dentro dela, destruindo seus órgãos internos. Quando a Helicoverpa armigera se desintegra, libera bilhões de novas partículas virais que acabam sendo ingeridas por outras lagartas (da mesma geração ou de posteriores) na mesma área.

No começo dessa semana, a região dará início à plantação de feijão – onde também deve instalar armadilhas de monitoramento. “A área de plantio esse ano será bem menor, até em decorrência do tempo seco. Por conta disso, acreditamos que essas ações de controle vão nos ajudar muito. A partir delas, conseguiremos antecipar a aplicação do vírus Ihara e a chance da praga se desenvolver será bem menor”, afirma Gatto.

De acordo com Carlos Marcelo, pesquisador do IMA/MT, assim que as primeiras mariposas forem detectadas nas armadilhas, é preciso uma inspeção no campo para verificar a presença de ovos. Caso eles sejam encontrados, deve-se iniciar as aplicações dos produtos para garantir um maior controle nos estágios iniciais das lagartas, com melhor eficácia e sem causar prejuízo para o agricultor.

Jornal Nova Fronteira