Aciagri aposta na profissionalização dos canais de distribuição para driblar assédio do mercado
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Desde 2012, os canais de distribuição de insumos agrícolas brasileiros convivem com margens cada vez mais apertadas, após a entrada de tradings, fundos de investimento e outros fundos internacionais no setor, que por sua vez, tornaram-se parte de uma revolução na distribuição de insumos no Brasil.

Ascom Aciagri

Desde 2012, os canais de distribuição de insumos agrícolas brasileiros convivem com margens cada vez mais apertadas, após a entrada de tradings, fundos de investimento e outros fundos internacionais no setor, que por sua vez, tornaram-se parte de uma revolução na distribuição de insumos no Brasil. Na última década, as margens no setor de distribuição despencaram de 6% para 3%. Na prática, houve um aumento no rigor para a concessão de crédito e a busca pela excelência na gestão do fluxo de caixa.

A concentração na distribuição de insumos tem sido um dos grandes gargalos para as revendas agrícolas nacionais, e os avanços acontecem em todas as áreas, seja na consolidação do processo de gestão profissional e governança do negócio; na harmonização da estratégia do distribuidor com a estratégia da indústria; na introdução de altos processos de automação e tecnologia de informação dentro da empresa; na criação de soluções integradas e personalizadas para gerar valor para a empresa e no aumento do nível de sinergia entre os departamentos e verticalização dos negócios.

Para driblar especialmente, o assédio e a entrada de forma concentrada de novos fundos de investimentos e multinacionais no mercado de distribuição, a Associação do Comércio de Insumos Agrícolas (Aciagri) tem reunido o segmento e discutido um plano de ação concreto voltado ao reposicionamento dos canais de distribuição ao mercado.

“O setor de distribuição brasileiro passa por um momento muito crítico, e é preciso reinventar-se do próprio modo tradicional de fazer negócio”, disse Adilson, em menção a regulamentação do comércio eletrônico de defensivos agrícolas, prática que já vem sendo defendida pelas multinacionais junto aos órgãos de governo. “A empresa que não se reposicionar ficará fora do mercado” alertou.

Workshop Governança Corporativa e Sucessão Familiar – A primeira de uma série de ações que a Associação visa consolidar neste ano, são os encontros com os sócios proprietários de revendas de sua base de atuação, com uma pauta voltada a implementação de conceitos e princípios de governança corporativa, plano de sucessão familiar e ferramentas de gestão em planejamento estratégico e orçamentário.

O encontro com a consultora comercial da MPrado Governança Corporativa, Alessandra Lima Decicino, engenheira agrônoma pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e especialista em Gestão do Agronegócio com ênfase em Gestão de Riscos pela Universidade Federal de Lavras, foi o ponto inicial dos debates. O encontro aconteceu na última quarta-feira, 23, em Luís Eduardo Magalhães/BA.

Segundo ela, a implementação de um planejamento sucessório abrange não apenas a reestruturação societária e da gestão, mas passa igualmente pelo planejamento da sucessão patrimonial pessoal dos empresários. “Esse trabalho deve ser implementado a médio e longo prazo, quando o empresário ainda está em sua plena capacidade colaborativa e tem clareza sobre os pilares e conceitos da empresa a serem preservados e transmitidos a seus sucessores”, disse. Atualmente, o quadro das empresas associadas a Aciagri é composto pela grande maioria de empresas familiares de pequena e média escala, com sócios proprietários na faixa etária de 40 a 60 anos.

Programa Capacitar – Outra ação que também tem conduzido os profissionais para uma cultura organizacional de alta performance, estimulando-os a novos aprendizados e proporcionado a abertura para novas ideias no alcance dos resultados corporativos é o Programa Capacitar. Criado no ano de 2018, o Programa é uma iniciativa da Associação em parceria com a MPrado Consultoria Empresarial. Na primeira edição, foram oferecidos cinco treinamentos atendendo importantes áreas do conhecimento para o setor, qualificando mais de 140 profissionais. Novos treinamentos deverão ser oferecidos a partir de março.

Jornal Nova Fronteira