Subsídios dos EUA para o algodão preocupam corretores brasileiros
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Os Estados Unidos devem retomar os subsídios para o mercado do algodão. Os aportes seriam feitos a partir de dois modelos de apoio condenados na Organização Mundial do Comércio (OMC) em disputa aberta pelo Brasil na década de 90. Na época, houve um acordo entre os dois países, no qual, os produtores brasileiros receberam mais de US$ 700 milhões como compensação. A informação foi divulgada pelo jornal Valor Econômico em dezembro.

Fonte bbmnet

Os Estados Unidos devem retomar os subsídios para o mercado do algodão. Os aportes seriam feitos a partir de dois modelos de apoio condenados na Organização Mundial do Comércio (OMC) em disputa aberta pelo Brasil na década de 90. Na época, houve um acordo entre os dois países, no qual, os produtores brasileiros receberam mais de US$ 700 milhões como compensação. A informação foi divulgada pelo jornal Valor Econômico em dezembro.

Em entrevista ao Canal do Boi nos estúdios na Bolsa Brasileira de Mercadorias em São Paulo (SP), o corretor e diretor da Servcom Comércio Exterior, Oldemar Santos Filho, falou que a questão do subsídio para o algodão norte-americano já prejudicou muito o Brasil por causa dos baixos preços internacionais e do excesso da fatia de mercado ao produto de lá. “Aceitamos uma indenização de US$ 800 milhões, recebemos US$ 700 mi e continuamos com o problema”, declarou.

O corretor explicou ao jornalista Valter Puga Jr. que, na época, houve uma visão de curto prazo “Isso acabou comprometendo o futuro, prejudicando, não só o Brasil, mas também países pobres, com os do lado Ocidental da África, cuja única atividade é o cultivo do algodão (ainda colhido a mão). É uma covardia, o subsídio americano criando fome na África”, acrescentou o corretor. O Brasil iniciou o processo de queixa formal na Organização Mundial do Comércio contra subsídios concedidos aos produtores de algodão americanos.

O possível retorno dos incentivos deverá constar do texto final da nova “Farm Bill”, lei agrícola americana, que será conhecida nos próximos dias e que poderá resultar em uma ajuda de, pelo menos, US$ 3 bilhões aos cotonicultores dos EUA no prazo de dez anos. “Tem que se examinar como será feito, qual a dilação e, legalmente, avaliar o que o Brasil pode fazer. O que ocorreu foi um erro estratégico no passado da gente deixar de usar um direito fantástico que era o de retaliar e mudar definitivamente a legislação americana para colocar algum dinheiro no bolso. Temos que achar uma saída e temos que ver politicamente o que pode ser feito”, finalizou Santos.

A Bolsa Brasileira de Mercadorias conta com mais de 40 corretoras de mercadorias especializadas no mercado do algodão.
Jornal Nova Fronteira