Pesquisa seleciona sorgo forrageiro mais adaptado para cultivo na região oeste da Bahia
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Danilo Gusmão¹, José Avelino² e Alexandro Andrade¹ ¹Universidade do Estado da Bahia (Uneb)/Núcleo de Estudo e Pesquisa em Produção Animal (Neppa), Campus IX de Barreiras-BA ²Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Milho e Sorgo, Sete Lagoas-MG Pesquisa seleciona sorgo forrageiro mais adaptado para cultivo na região oeste da Bahia Um dos maiores problemas na produção […]

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Danilo Gusmão¹, José Avelino² e Alexandro Andrade¹
¹Universidade do Estado da Bahia (Uneb)/Núcleo de Estudo e Pesquisa em Produção Animal (Neppa), Campus IX de Barreiras-BA
²Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Milho e Sorgo, Sete Lagoas-MG

Pesquisa seleciona sorgo forrageiro mais adaptado para cultivo na região oeste da Bahia

Um dos maiores problemas na produção pecuária é a falta de suporte forrageiro na época de seca do ano. Consequentemente, a carência de pastagens conduz à necessidade de fornecimento de forragem conservada aos rebanhos. Na Bahia o problema é ainda mais grave, em virtude de grande proporção de áreas onde ocorre frequentemente longa e severa estiagem provocando sérios prejuízos aos produtores. Com a deficiência nutricional, o gado perde peso, dificulta a reprodução, principalmente das fêmeas, e, em última instância, pode morrer, consequentemente isso coloca em risco a segurança alimentar e reduz a renda dos agricultores.

A região Oeste da Bahia é bem conhecida pela produção de grãos e fibras. Entretanto, em boa parte da região, conhecida como “vale”, a pecuária é a principal atividade das propriedades rurais. Normalmente os criadores não se preparam adequadamente com estoque de forragem e muitas vezes ficam à mercê da compra de alimentos externos, como ração, ou mesmo têm que vender os animais quando o mercado está desaquecido.

O sorgo aparece como alternativa para minimizar esse problema, pois destaca-se por sua facilidade de cultivo, altos rendimentos e pela qualidade nutricional do material ensilado. A planta de sorgo é originária de regiões de clima tropical no continente Africano. É uma das espécies agrícolas que apresentam grande potencial de produção de grãos e forragem e é indicada para regiões que apresentam risco de ocorrência de deficiência hídrica e distribuição irregular de chuvas, como no oeste baiano.

No Brasil são cultivados quatro tipos de sorgo: granífero, forrageiro, sacarino e o vassoura. Para pecuária, o sorgo forrageiro, que atualmente alia alta produção de massa com boa proporção de grãos, é o ideal para produção de silagem. A silagem é o alimento conservado por meio da fermentação na ausência de oxigênio. Na prática o material colhido é picado e estocado bem compactado em estruturas fechadas com lonas plásticas chamadas de silos. Quando há necessidade, os silos são abertos e a silagem é fornecida diariamente aos animais.

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Apesar de ser uma das opções mais seguras de se produzir forragem para silagem no Oeste da Bahia, não havia nenhum trabalho científico que balizasse a recomendação de variedades de sorgo na região.

Assim, o Neppa/Uneb e a Embrapa estão realizando pesquisas avaliando 42 genótipos, comparando híbridos e variedades, comerciais e experimentais, de sorgo forrageiro, em três localidades do oeste baiano (Barreiras, Riachão das Neves e Muquém do São Francisco), a fim de encontrar os materiais genéticos mais adaptados e produtivos, com base nas características agronômicas e na qualidade da silagem.

O trabalho iniciou-se com o preparo e correção do solo. Em seguida, cada parcela experimental foi semeada, utilizando o espaçamento de 0,70m entre linhas e 12 sementes por metro linear. A adubação foi realizada conforme a análise de solo e a perspectiva de produção conforme recomendação da Embrapa. Para evitar competição, as plantas daninhas foram controladas, assim como as pragas que acometem a cultura.

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As avaliações segundo as metodologias científicas começaram desde o início e continuaram durante todo o desenvolvimento da cultura, culminando com a colheita e ensilagem do material. A silagem produzida será analisada quanto aos parâmetros fermentativos e nutricionais. Ao final, será calculado o custo de produção por cada tonelada de silagem.

Apesar da irregularidade das chuvas atrapalharem os resultados, alguns genótipos entre híbridos e variedades se destacaram dos demais, demonstrando grande tolerância à seca e adaptação as condições locais.

Um dia de campo será realizado no dia 09/04/16 na Fazenda Madras em Riachão das Neves para divulgar os resultados do experimento aos produtores, incluindo as explicações e demonstrações técnicas desde o cultivo, maquinário para colheita, cuidados na ensilagem e utilização da silagem para o gado de leite e de corte.

Jornal Nova Fronteira