Parque de Exposição: Uma ideia cristalizada e imposta goela abaixo
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O que se notou na reunião on line, é que o promotor público parece ter seu objetivo cristalizado em sua mente, e que não está disposto a ceder um milímetro sequer.

Redação JornalNF

Nestes últimos dias temos acompanhado a celeuma que está sendo criada quanto ao EXTERMÍNIO do Parque de Exposição Engenheiro Geraldo Rocha. A Prefeitura Municipal de Barreiras, em suas últimas três gestões, deixou de cumprir o seu papel em dotar o município de um aterro sanitário dentro das normas previstas em lei. Devido ao descaso do executivo, o Ministério Público do Estado da Bahia obrigou os gestores anteriores e o atual, a assinar um Termo de Ajustes de Condutas (TAC). Como nenhum deles cumpriu com o acordado nos TACs, em julho desse ano, o MPBA, através do promotor Eduardo Bittencourt, forçou o município a assinar novo TAC, só que desta vez, caso não cumprido, o gestor é que será penalizado financeiramente.

Em uma live realizada na manhã de hoje, 03, o promotor público alegou que a criação do Parque Municipal de Barreiras, nas duas margens do rio Grande e o consequente extermínio do Parque de Exposição seria uma forma de evitar um prejuízo maior para a população, uma vez que o município tem um passivo de aproximadamente dez milhões de reais em multa com a justiça por não cumprimento dos acordos.

Durante a live, vários participantes reclamaram da falta de publicidade em assunto tão relevante, já que o prazo para retirada de todos os equipamentos, bem como a desocupação os imóveis, vai até o dia 20 de dezembro de 2020. Outra reclamação pertinente feita durante a live, é quanto a possibilidade de revitalização e utilização mista do parque, com todas as sugestões feitas pelo Ministério Público como a preservação de ecossistemas naturais, bem como local para realização de pesquisas científicas, além de desenvolver atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico, práticas de lazer e esportes, juntamente com a área de exposição.

O que se notou na reunião on line, é que o promotor público parece ter seu objetivo cristalizado em sua mente, e que não está disposto a ceder um milímetro sequer. Só que o discurso dele cai por água abaixo no momento em que afirma de que para não penalizar a população propôs trocar a multa de quase dez milhões pela criação do Parque Municipal de Barreiras. Acontece, como o próprio promotor afirmou na live, o município se comprometeu em construir em outro local, um novo parque de Exposição. O questionamento é: Quanto custará para o município adquirir uma nova área para atender o setor agropecuário, um dos principais fomentadores da economia municipal; quanto custará construir todas as infraestruturas existentes no atual parque, a exemplo de currais, tathersal, rede de energia e água. Certamente não custará apenas dez milhões de reais, será bem mais que isso. Então a pergunta, esse novo investimento não penalizará a população?

Outro ponto levantado na live pelo promotor é quanto a circulação de animais no parque em dias de leilão, algo que não condiz com a realidade atual, dando a entender que é uma atividade poluente. O estranho é que a garagem municipal, onde se utiliza muito material proveniente de combustível fóssil, como graxas e óleo diesel, mesmo sendo lindeira ao Parque de Exposição, não entrou no projeto. São dois pesos e duas medidas utilizadas por aqueles que se intitulam defensores da natureza.

Nem mesmo um documento confirmando que a área onde funciona o Parque de Exposição foi doada 1973 pela família Balbino de Carvalho com a finalidade de ser utilizada pelo município para a realização de feiras pecuárias, foi levado em conta.

Outro fato que não passou despercebido na live, foi a ausência do gestor municipal. Ele, como principal interessado, uma vez que caso não crie o Parque Municipal de Barreiras, será penalizado financeiramente, não teve a capacidade de interagir com os participantes e nem justificar o porquê de ter assinado TAC tão nefasto ao setor agropecuário. Será que o prefeito achou mais importante sair angariando votos na periferia, do que dar satisfação a um dos principais setores da economia municipal? No meu entender, foi uma falha imperdoável e uma desconsideração para com os participantes da live.

Jornal Nova Fronteira