Nossa reação diante da tristeza
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Existe uma diferença entre tristeza passiva e tristeza ativa. A tristeza passiva é quando a pessoa desmorona a partir das suas próprias ilusões, ou seja, nossos desejos desmedidos, como exemplo, um jovem que deseja muito algo e se não consegue, fica triste e frustrado

Padre Ezequiel Dal Pozzo
contato@padreezequiel.com.br

Vamos refletir o texto Bíblico do Monte das Oliveiras. Era noite quando Jesus, próximo à sua morte, sai com os discípulos ao monte das oliveiras. Lá, pede que todos vigiem com Ele, que orem com Ele, mas o que acontece é que Jesus os encontra adormecidos. Jesus então se entristece, e diz: “ora, então vocês não conseguem vigiar uma hora comigo?” Do que poderia ter vindo essa tristeza, ou esse cansaço dos discípulos? Será que estavam cansados do dia?

Aqui o autor considera que o cansaço dos discípulos é o cansaço que vem da tristeza, que muitas vezes acontece nas pessoas. Percebam que:” levantando-se após Orar, Ele veio aos discípulos adormecidos de tristeza.” O cansaço refere-se à tristeza, a autocompaixão na qual caímos; ou seja, tristeza conosco mesmo, tristeza com alguém que está perto de nós passando por dificuldades. Nadamos em autopiedade e não vamos longe, não saímos do redemoinho dos sentimentos de tristeza. Essa tristeza nos paralisa, nos faz dormir em um sono que não vigia, como aconteceu com os discípulos.

Existe uma diferença entre tristeza passiva e tristeza ativa. A tristeza passiva é quando a pessoa desmorona a partir das suas próprias ilusões, ou seja, nossos desejos desmedidos, como exemplo, um jovem que deseja muito algo e se não consegue, fica triste e frustrado. Os discípulos esperavam que Jesus continuasse atuando poderosamente com eles, e que a graça de Deus fosse propagada, mas agora ele está indo para a morte, então ficam desolados, não tem mais êxito na missão deles. Ao contrário da passiva, a tristeza ativa é uma situação na qual eu percebo os limites da vida e eu entro em contato com a minha alma, e com a minha força interior e ali eu recupero a minha força. Eu percebo a tristeza, mas não fico lamentando. Em contato com minha alma eu vou ativar o potencial que está dentro de mim, o potencial de Deus que está dentro de mim, e encontro ali, a minha força. Em resumo, na tristeza passiva, não reajo diante das situações adversas, mas fico remoendo a minha tristeza, sem agir. Já na forma ativa, mesmo na tristeza e nas adversidades da vida, busco minha força interior, com o meu Deus, e saio disso. Caro leitor, que você possa refletir sobre esse texto e sobre suas tristezas.

Jornal Nova Fronteira