Monitoramento das águas realizado em aquífero da Bahia é inédito e deve contribuir com disponibilidade hídrica para comunidades e produção de alimentos
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Com área estimada de 14 milhões de hectares, o Aquífero Urucuia compreende um manancial hídrico subterrâneo situado em sua maior parte no Oeste da Bahia, tendo alcance também nos estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Maranhão e Piauí.

Ascom Aiba

Com área estimada de 14 milhões de hectares, o Aquífero Urucuia compreende um manancial hídrico subterrâneo situado em sua maior parte no Oeste da Bahia, tendo alcance também nos estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Maranhão e Piauí. É uma fonte significativa de água doce, responsável pela perenização dos rios Grande e Corrente e seus afluentes, bastante influentes nas bacias hidrográficas da região contribuindo com a vazão do Rio São Francisco.

Denominada ‘Chapadão do Urucuia’, o território baiano contempla 80% de abrangência do aquífero, recurso imprescindível no abastecimento de água para população local, no meio ambiente e na agricultura, na qual, a área irrigada é de aproximados 250 mil hectares, e tem mais de 50% provenientes do subsolo. O alto potencial hídrico do Urucuia proporcionou a utilização da água para a produção alimentar, tornando a região um dos principais celeiros produtivos do mundo, com cultivo irrigado de soja, algodão, milho, além dos perímetros irrigados, onde se produz a fruticultura.

Para preservar e contribuir com ações de monitoramento desse patrimônio hídrico, a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), coordena o Projeto de Estudo do Potencial Hídrico, com o apoio da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e de outras universidades do país, com o objetivo de conhecer a dinâmica hidrogeológica do Aquífero Urucuia por meio de medições e monitoramento em tempo real, que proporcione segurança na governança hídrica.

O estudo também é realizado a parceria do governo do Estado da Bahia, com envolvimento das secretarias estaduais de Agricultura (Seagri), de Meio Ambiente (Sema), de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs) e o Inema, órgãos responsáveis por conduzir a gerência do uso de água no estado e o acompanhamento dos Comitês das Bacias Hidrográficas.

Atualmente em sua terceira etapa, o estudo contempla o Programa de Monitoramento dos Mananciais Hídricos Superficiais e Subterrâneos, por meio de um sistema para acompanhamento em tempo real do comportamento dos corpos hídricos na região, que vai garantir a sustentabilidade e transparência na gestão da água para a sociedade, contribuindo com disponibilidade hídrica para comunidades e com o uso da irrigação para produção de alimentos.

A pesquisa ressalta ações sustentáveis no processo de conservação do solo, da água e em seus múltiplos usos, visando os cuidados com o meio ambiente, proteção da fauna e flora, segurança para os usuários dos recursos hídricos e para as comunidades locais.

“O Programa de Monitoramento Hídrico é uma iniciativa inédita no estado da Bahia e está criando um importante elo entre a sociedade e os recursos hídricos, uma vez que será possível compreender a importância da água e seus múltiplos usos, e melhorar a gestão dos recursos por parte dos órgãos competentes”, comenta o gerente de Sustentabilidade da Aiba, Eneas Porto.

Jornal Nova Fronteira