Cartórios de Barreiras registram 1º semestre com mais óbitos e menos nascimentos da história
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Nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como em 2021. Diferença entre nascimentos e óbitos é a menor já registrada desde o início da série histórica Fonte Ascom Arpen/BA A pandemia da Covid-19 vem causando um profundo impacto nas estatísticas vitais da população baiana. Além das mais de 400 […]

Nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como em 2021. Diferença entre nascimentos e óbitos é a menor já registrada desde o início da série histórica

Fonte Ascom Arpen/BA

A pandemia da Covid-19 vem causando um profundo impacto nas estatísticas vitais da população baiana. Além das mais de 400 vítimas fatais atingidas pela doença, o novo coronavírus vem alterando a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil em Barreiras, em 2003: nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como neste ano de 2021, resultando na menor diferença já vista entre nascimentos e óbitos nos primeiros seis meses do ano.

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

Em números absolutos os Cartórios de Barreiras registraram 782 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 92,3% maior que a média histórica de óbitos no estado, e 61,9% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses em Barreiras. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 60,91%.

Com relação aos nascimentos, Barreiras registrou o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o final do mês de junho foram registrados 1.610 nascimentos, número 2% maior que a média de nascidos no estado desde 2003, e 7,79% menor que no ano passado. Com relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 6,94% na região.

O resultado da equação entre o maior número de óbitos da série histórica em um primeiro semestre versus o número de nascimentos da série no mesmo período é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre no município, aproximando-se, como nunca antes, o número de nascimentos do número de óbitos. A diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 1.155 mil nascimentos a mais, caiu para apenas 828 em 2021, uma redução de 28,3% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 14,11%, e em relação a 2019 foi de 33,44%.

Queda de números na Bahia

Em âmbito estadual, a Bahia registrou o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o final do mês de junho foram registrados 89.960 nascimentos, número 18,4% menor que a média de nascidos no estado desde 2003, e 2% menor que no ano passado. Com relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 13,4% na Bahia.

O Estado também apresentou 52.834 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 39,3% maior que a média histórica de óbitos no estado, e 22% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses na Bahia. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 18,4%.

A diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 72.276 mil nascimentos a mais, caiu para apenas 37.126 mil em 2021, uma redução de 48,6% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 23,4%, e em relação a 2019 foi de 37,4%.

Natalidade e Casamentos

Embora não seja a regra, a série histórica do Registro Civil demonstra que o aumento no número de casamentos está diretamente ligado ao aumento da taxa de natalidade em Barreiras, o que deve fazer com que os nascimentos ainda demorem um pouco a serem retomados, já que no primeiro semestre de 2021 o estado registrou um dos menores números de casamentos desde o início da série histórica.

Embora 5,8% maior que a média histórica de casamentos no primeiro semestre em Barreiras, o número de matrimônios em 2021 mostra uma pequena recuperação em relação às celebrações do ano passado, fortemente impactadas pela chegada da pandemia que adiou cerimônias civis em virtude dos protocolos de higiene necessários à contenção da doença. Até junho deste ano os Cartórios celebraram 401 casamentos civis, número 6,4% maior que os 377 matrimônios realizados no ano passado, mas ainda 8,2% menor que os 437 casamentos celebrados em 2019.

Jornal Nova Fronteira