Agricultores continuam o trabalho de recuperação de nascentes no Oeste da Bahia
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No mês de comemoração do Dia Mundial da Água, os agricultores baianos continuam trabalhando na recuperação e proteção de nascentes no oeste da Bahia. Por meio da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e da Associação de Agricultores, Irrigantes da Bahia (Aiba), em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente de Barreiras (Sematur), eles promoveram na última semana, nos dias 14 e 15, mais um curso que culminou na recuperação de uma nascente de rio na localidade da Tabua da Água Vermelha, em Barreiras.

Ascom Abapa

No mês de comemoração do Dia Mundial da Água, os agricultores baianos continuam trabalhando na recuperação e proteção de nascentes no oeste da Bahia. Por meio da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e da Associação de Agricultores, Irrigantes da Bahia (Aiba), em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente de Barreiras (Sematur), eles promoveram na última semana, nos dias 14 e 15, mais um curso que culminou na recuperação de uma nascente de rio na localidade da Tabua da Água Vermelha, em Barreiras. Também na última semana, entre os dias 11 e 13 de março, o mesmo curso foi ministrado em Baianópolis, e no próximo mês, acontecerá junto aos técnicos da área ambiental e moradores de Riachão das Neves.

Lançado oficialmente em julho do ano passado, e com um aporte de cerca de R$ 570.000,00, o projeto identificou 220 nascentes, diagnosticou 77 e recuperou ou protegeu 37 nascentes em 9 municípios do Oeste da Bahia. A ação conta com o apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). Juntamente com outros 35 inscritos do curso, o morador da Tábua, José da Silva Souza, participou diretamente da proteção da nascente que fica ao lado da sua casa. “A gente sempre usou a água do povoado, mas depois deste trabalho, mesmo com a chuva, a água continua saindo limpinha”, mostra ele, que mantém em sua propriedade o “veio d´água’ que percorre cerca de 15 km para beneficiar ainda os moradores de localidades como Bebedouro e Canabrava.

Desta nascente, brota 9200 litros do aquífero que pode vir a atender cerca de 230 pessoas diariamente. Durante o curso, os integrantes diagnosticaram toda a área e definiram pelo uso da técnica “Caxambu” que protege o afloramento do lençol por meio uma cobertura construída naturalmente com pedra e argila, evitando o acesso deste afloramento do pisoteio do gado e do assoreamento com terra carregada pelas chuvas. “Além de proteger, esta é uma das técnicas que beneficia diretamente as pessoas do entorno da nascente. Mesmo com a chuva, a água continua saindo limpa e pode ser utilizada de forma segura pelos moradores e seguir o seu curso normal para beneficiar quem precisa de água perene e potável”, explica o agrônomo Renato Rios, responsável pelo treinamento.

O secretário de meio ambiente de Barreiras, Demósthenes Júnior, reforça a importância da parceria com os agricultores por meio da Abapa e da Aiba, que tem sido fundamental para desenvolver este trabalho. “Dentro deste projeto, somente em Barreiras, temos 50 identificadas, 20 diagnosticadas e 8 recuperadas, e este é o segundo treinamento com técnicos, e desta vez, incluímos a grupo do exército para reunir todos os apoios para impulsionar o projeto e proteger de forma concreta e segura os recursos hídricos das bacias hidrográficas da nossa região” afirma o secretário, que também é o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande.

Ao verificar de perto os resultados deste trabalho, o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, mantém a confiança da importância deste investimento por parte dos produtores rurais da região que estão cada vez mais preocupados com os recursos hídricos e com o meio ambiente. “Além do projeto da recuperação das nascentes, estamos apoiando um estudo do potencial hídrico do oeste da Bahia como forma de mensurar a disponibilidade hídrica das águas superficiais em um projeto coordenado pela Universidade Federal de Viçosa e da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, e Governo do Estado. O uso de tecnologia de ponta na agricultura, elevando a produtividade, respeito à legislação ambiental e o uso sustentável da terra e dos recursos hídricos garante para toda a sociedade o quando os agricultores baianos estão comprometidos com o meio ambiente”, afirma.

Jornal Nova Fronteira