Publicada em 01/07/2015 às 08:01
Por Humberto Pinho da Silva
Nos anos sessenta havia na empresa onde trabalhei quase quarenta anos, colega evangélico, que aproveitava todos as oportunidades para testemunhar a sua fé.
Não era protestante, mas evangélico. Nunca ouvi de sua boca mais leve critica a outras denominações, nem referências brejeiras ao catolicismo. Era evangélico sincero, temente a Deus e não anticatólico, como muitos protestantes.
Para ele: cantores, jogadores, políticos, atores – símbolos da juventude, – eram ídolos que desviavam a mente de Jesus Cristo.
Embora houvesse exagero nesse modo de pensar, meu colega e amigo – já falecido, – tinha carradas de razão: os jovens “adoram” ídolos” – colam posters no quarto, colecionam autógrafos, revistas que publicam fotos ou entrevistas do ídolo favorito.
E não ficam por aqui – copiam frases, expressões, gestos, trajo, corte de cabelo… vícios e modos de pensar.
Outrora os modelos não eram as vedetas, mas os pais e os professores, que, com o exemplo e palavras, moldavam o carácter, assente em valores morais.
Hoje é a mass-media que fabrica os ídolos, coadjuvada pelos técnicos de propaganda e experientes psicológicos.
De tal modo influenciam, que os modelos dos jovens já não são os heróis e santos, mas figuras públicas, que lançam a moda, alteram gostos, modos de pensar e de agir.
Inocentemente os adolescentes julgam que estão a ser diferentes, atuais, livres de preconceitos, mas na realidade são bonecos de marionetas; seres consumistas. Para isso – só para isso, – fabricam o ídolo.
Então o jovem liberta-se de regras e hábitos familiares, e copia a do ídolo, que “realiza” o sonho – que gostaria que fosso real – de ser cantor famoso, escritor premiado, actor de sucesso.
O ídolo “ tornou-se” Deus…
Por sua vez, pais e professores foram lentamente perdendo autoridade. O pai, que outrora era severo em demasia, tornou-se colega, companheiro, incapaz de criticar, condenar atitudes…já não digo castigar, quando o filho desobedece ou pratica desvario.
Não há sociedade que consiga sobreviver sem valores. Além de servirem de bitola, imprimem o desejo de realizar ou atingir determinado fim.
É a educação que inculca os valores que regem a nossa sociedade, sem eles, é o caos social e moral. Seríamos simplesmente “ macaquinhos”.
Se os jovens não assimilarem os valores da família, porque não os ensinam ou não os cumprem, vão macaquear os do ídolo. Como, em regra, são contestatários e amorais, o adolescente segue igual conduta, embriagado pela mass-media, que em regra, apresenta e aprova comportamentos ignóbeis e reprováveis.
Mas se os pais e os educadores souberem incutir valores cívicos e morais, pelo exemplo e pela conduta irrepreensível, por certo, apesar da rebeldia, os jovens acabaram por adquirirem os pareceres e hábitos dos progenitores.
Apesar da nefasta influencia do ídolo, a consciência – como grilo de Pinóquio, – acabará por chama-los à razão.
Educar não é instruir. Educar é ensinar valores, regras de conduta, para virem a ser cidadãos corretos, honestos, e justos.
Isso nada mais é que uma obra da engenharia social perversa que a ONU, Vaticano, Ongs e governos adotam para controlar a sociedade através do caos, sistema financeiro, leis absurdas, mídia, religiões , consumismo e etecetaras.
Caro Humberto,
Ao ler sua coluna vejo pontos extremamente interessantes, e respeitosamente peço licença para dizer o que penso.
Não tenho a sua sábia experiência, mas me atrevo ainda assim, a comentar.
Vivemos de fato uma fase marcada por adorações, mas acredito que isso não seja ausência de educação.
Até ontem, na geração de meu pai, possivelmente a mesma que a sua, as famílias dividiam refeições na frente das televisões, antes mesmo delas invadirem os ambientes destinados ao sono…
A televisão ocupou o papel da família, e aqueles que assistem adoram o que a mídia determina.
O jeito de vestir, pensar, querer…é uma verdadeira escravidão.
Culpa do mau hábito, sim!
Estamos colhendo hoje o que obviamente plantaram ontem.
Claro que toda regra tem sua exceção, porém, quantas pessoas são alienadas por uma novela? Quantos não são reféns de suas programações e se irritam até quando algum compromisso é marcado nesse horário?!
Eu, graças a Deus, não assisto novela há anos…Sinceramente, nem tenho televisão em casa. Isso mesmo! radical? Não…aconteceu.
Mas acompanho as notícias pela internet, seja no notebook ou na palma da mão. Tenho minha escrivaninha abarrotada de livros, leio revistas semanalmente! Adoro assistir vídeos no youtube, mas aqueles que eu determino, que eu busco, e não o que é imposto.
Soube outro dia, que a rede plim plim adicionou mais duas novelas a sua programação. Como assim?! Me perguntei, e tinha espaço?
Enxergo esse como a maior consequência dos dias de ontem.
São frutos da sociedade que aliena, não querem que a gente pense.