Publicada em 27/06/2016 às 07:50
Por Humberto Pinho da Silva – Porto/Portugal
Circula, pela Internet, oportuno abaixo-assinado, com origem no Brasil, que aborda o uso excessivo de estrangeirismos e neologismos, na nossa língua.
Pretendem os subscritores, que se deixe de importar vocábulos de outros idiomas, já que a “brasileira” é rica; não carecendo de rebuscar palavras noutros países.
Estou cem por cento de acordo, mas… é pena, que ao redigirem o manifesto tenham escrito: “Língua brasileira”.(!)
É que, se assim pensarmos, muito em breve teremos: língua angolana, cabo-verdiana, moçambicana… ou língua argentina, chilena e australiana… e por ai fora…
Já dizia Vasco Botelho de Amaral in: “Mistérios e Maravilhas da Língua Portuguesa” – 1941, Porto, pág. 632: que leu no jornal “A Manhã” do Rio de Janeiro, a notícia (que considerou sensacional) de que se fundara o “Instituto de Língua Brasileira”; e admirava-se, que entre os apoiantes, aparecessem membros da “Academia Brasileira de Letras”, seus conhecidos.
A língua que os portugueses levaram para o Brasil, sofreu, como sabemos, influência do quimbundo, importado com os escravos, que o falavam, e do Tupi. O primeiro tem numerosos vocábulos em nh (ao principio), como, por ex. nhanha (bocejo); nhoque (abelha), etc.
Também o Tupi, tem o grupo nh no princípio do vocábulo, como nhau (barro); nhê (acaso), etc – segundo o conhecido filólogo Cândido de Figueiredo.
Junte-se às duas línguas, citadas, a de milhares de europeus, emigrantes, e forçosamente, o português, tinha que ser adulterado, tanto foram os tratos de polé, que sofreu.
Dizem, que se fala mal, o português, no Brasil; e é verdade; mas apenas pelos ignorantes, pelas classes mais baixas da sociedade – e não todos!…
“Se os brasileiros pensassem bem, teriam mais carinho pela língua portuguesa e tratariam de falar melhor (…)”, disse, com acerto, o Prof. Doutor Rafael Correia, lente da Universidade de São Paulo; mas pensar bem, não convêm a certos políticos… nem pseudo intelectuais…
Penso que foi lapso, ao escreverem “língua brasileira”, no abaixo-assinado, pois, quem se preocupa com a pureza desta, ao ponto de querer expurgá-la de estrangeirismos e neologismos – maleita que ataca os dois países irmãos, – devido “ à nossa facilidade de imitação e aceitação de modas estrangeiras”, segundo afirma M. Rodrigues Lapa, na sua “ Estilística da Língua Portuguesa”, certamente, não diria tal dislate, se não fosse por lapso.
Dizer que a língua portuguesa proveio do galego é pura arbitrariedade – ou tola preferência ideológica. É o mesmo que declarar o contrário, ou seja, que o galego surgiu a partir do português. A verdade é que uma não deu origem à outra, simplesmente surgiram mais ou menos ao mesmo tempo, numa região contígua, separada apenas politicamente, a partir de uma base latina comum. Ocorre que um estado soberano, que mais tarde converter-se-ia num império, deu à sua língua (portuguesa) uma projeção que a sua irmã (galega), sem território soberano nem império mundial, jamais tivera. Vale esclarecer que a língua portuguesa e a galega não são as únicas irmãs dessa família, pois o são igualmente a língua castelhana, a catalã, provençal, francesa, rética, italiana, etc.
Caro Alexandre: presidenta está em dicionários e gramáticas portugueses há séculos, desde muito antes de se aceitar a forma híbrida “a presidente”, cujo primeiro registro em dicionários é já em 1940. E no galego oficial, por exemplo, uma mulher que preside é obrigatoriamente uma presidenta – sequer existe “a presidente”. É bom conhecer a história da própria língua, para não estarmos repetindo sensos comuns sem fundamento.
Geolingua: novo nome para o Galego-brasileiro.
Abaixo, transcrevo uma sinopse de uma Obra a ser apresentada em Livro, Teatro e Cinema 3D.
Como nasceu a língua “portuguesa”
.. pelos Reis, D. Afonso X de Leão e Castela, D. Dinis sexto rei de Portugal, Alexandre Herculano, historiador de referência e – Humberto Eco, conceituado filósofo … e, tudo relatado por Roberto Moreno, prof. e historiador, fundador da Fundação Geolíngua – cujo objetivo é: transcender a língua “portuguesa”.
Colocações factuais e históricas.
1 – D. Dinis, sexto rei de Portugal, em 1296, por decreto, instituí o português na Chancelaria Real, na redação das leis, nos notários e na poesia, eliminando a palavra Galego, por razões socioculturais e políticas. – D. Dinis adotou uma língua própria para o reino, tal como o seu avô, espanhol, D. Afonso X, fizera com o castelhano à partir de 1252, também eliminando a palavra Galego, pelas mesmas razões, politicas (embora, ambos continuassem a utilizar o Galego em suas poesias). – Portanto, como reza a história e – diante dos fatos (factos) – A língua portuguesa foi criada por Decreto, e – o Galego, fonte do português e castelhano – foi banido.
2 – O conceituado historiador Alexandre Herculano em 1874, disse: “A Galiza deu-nos população e língua, e o português não é senão o dialeto galego civilizado e aperfeiçoado”
3 – «O certo é que as línguas não podem ter nascido por convenção já que, para se porem de acordo sobre as suas regras os homens necessitariam de uma língua anterior; mas se esta última existisse, por que razão se dariam os homens ao trabalho de construir outras, empreendimento esforçado e sem justificação? » – (Umberto Eco)
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Proposta de Roberto Moreno, fundador da Fundação Geolíngua:
À luz dos fatos e da história e diante destas três colocações – a Fundação Geolíngua propõe-se a seguir os mesmos passos dos Reis D. Dinis e D. Afonso X, no âmbito de ambos, terem criado as duas primeiras “marcas brancas” do mundo, ao nomear de “português e castelhano”, o – Galego.
O objetivo é designar o Galego, no seu dialeto brasileiro (em sintonia com Alexandre Herculano) – por GEOLÍNGUA (língua da terra). – É uma espécie de “Esperanto II” – uma “nova marca branca” – 8 Séculos após à marca “português”, ter sido criada.
Esta proposta resulta de uma minuciosa e fundamentada investigação científica, ao consultar varias fontes, além das “oficiais”, desde 1992, onde se vislumbra que: a percentagem que separa uma língua de outra – é de aproximadamente 20%. A diferença, hoje, entre o português de Portugal e o galego é de 7% e, entre o português e o “brasileiro” é de 3%. – Portanto, histórica e cientificamente analisada, o português simplesmente não existe como língua, mas sim como – dialeto evoluído e aperfeiçoado – como afirmou Alexandre Herculano.
Nesta perspectiva – a futura Geolíngua (Galego-brasileiro) passa a ser a primeira língua do mundo, pelo fato desta, entender 90% do “espanhol”, 50% do italiano e 30% do francês, sem qualquer dificuldade (pelo menos, na linguagem escrita) e une, para já e, a partir do Galego-castelhano (espanhol) 800 milhões de pessoas em 30 países e nos 5 continentes e – se acrescentar o italiano ultrapassa os 900 milhões, superando o inglês e o mandarim, com a vantagem de – a Geolíngua possuir, além do aspecto quantitativo, também o qualitativo, geopolítico e geoeconômico, em simultâneo, o que não é encontrado em nenhuma outra língua do planeta.
Algumas fontes consultadas:
Este vídeo ilustra algo mais sobre o projeto Geolíngua: – http://www.youtube.com/watch?v=aisI7SEry4c
– Língua brasileira – http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/a-lei-fora-da-lei
– O Brasil fala a Língua Galega – http://www.udc.gal/dep/lx/cac/sopirrait/sr044.htm – artigo do Prof. Catedrático Júlio César Barreto Rocha, da Universidade de Santiago de Compostela.
– O português vem do Galego – “Não é correto, do ponto de vista histórico-geográfico, afirmar, como fazem todas as gramáticas históricas, que “o português vem do latim”. – O português vem do galego – o galego, sim, é que representa a variedade de latim vulgar que se constituiu na Gallaecia romana e na Galiza medieval” – Marcos Bagno
“O nosso idioma é muito mais antigo que a nação. Isto significa que, se nunca Portugal tivesse surgido, esta mesma língua (hoje chamada portuguesa) teria existido sem ele”. Palavras do Prof. Fernando Venâncio, da Universidade de Amsterdam, referindo-se à língua Galega. – E, acrescenta: «Se a língua de Afonso Henriques algum nome pudesse ter tido, era só este: galego».
“Entre Latim e Português: o Galego”
https://m.facebook.com/notes/fernando-venâncio/entre-latim-e-português-o-galego/872947272754366/
Quanto ao Acordo Ortográfico, sugiro ver a posição de Roberto Moreno, aqui
http://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheAudicao.aspx?BID=94935
Iberofonía – uma visão de Graça Castanho, candidata à presidência da República de Portugal – http://lusopresse.com/2011/254/GeoLingua.aspx
Português, lengua de la globalización! – É assim, com este título, que começa uma crónica escrita por Roberto Moreno, em 2005, a pedido da jornalista Oriana Alves, na época, a serviço do Instituto Camões, em Lisboa, para uma matéria no Jornal de Letras, de Portugal. – Entretanto, por ORDEM do referido Instituto, esta crónica nunca chegou a ser publicada e foi arquivada sumariamente! – Cá está a Crónica que foi censurada – http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3814553
E o que dizer de “Presidenta”?