Cheilla Gobi
A primeira etapa do Projeto de Encadeamento Produtivo no Agronegócio no Oeste baiano foi apresentada na semana passada, em Luís Eduardo Magalhães. O tema foi debatido com intensidade, focando a importância do trabalho conjunto das pequenas empresas e grandes fazendas para o fortalecimento do segmento de agronegócio na região.
A iniciativa do Sebrae, Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Associação Baiana dos Produtores de algodão (Abapa) e Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras tem como objetivo aumentar a competitividade, cooperação e competência tecnológica entre as pequenas empresas. Durante a abertura do evento, o superintendente do Sebrae na Bahia, Adhvan Furtado, destacou a visão estratégica da instituição em relação à cadeia produtiva e mostrou-se otimista na aplicação deste modelo.
“Tenho certeza que o nosso interesse enquanto instituição é construir aquilo que de fato aumente a produtividade da região. É importante conhecer o projeto, o que é viável para que possamos levar recursos e a nossa força de trabalho, para fazer acontecer de verdade. Pode ser uma grande oportunidade para região Oeste,” destacou.
A adequação desta metodologia – Encadeamento Produtivo, nos moldes identificados para a realidade do agronegócio local é uma iniciativa pioneira. Além de qualificar as micro e pequenas empresas (MPE) já existentes, também estimulará o surgimento de novos negócios que já iniciarão suas atividades em um mercado consumidor (as fazendas).
O programa atende inicialmente nove fazendas, nas comunidades de Novo Horizonte, Bela Vista e Placas, nos municípios de Luís Eduardo e Barreiras. As propriedades têm uma demanda considerável de produtos e serviços, que seguramente viabilizará tanto esses empreendimentos, quanto o fortalecimento econômico dos distritos contemplados na proposta. Os serviços oferecidos pelos empreendedores devem incluir as áreas de alimentação, mecânica, alojamento, depósito e segurança de insumos agrícolas.
Etapas do programa
O programa que foi lançado em 2014 está dividido em duas etapas. A primeira consiste no levantamento das demandas de mercado. Em seguida, começarão os encontros para qualificação profissional. “Na primeira etapa foi levantada a matriz de consumo e oferta do setor com vista no conhecimento de volume de negócios gerados e oportunidades de negociações entre as MPE instaladas, fornecedoras e potenciais que possam vir a chegar e apresentar informações atualizadas para, no segundo momento, realizar o desenvolvimento dos fornecedores e identificar quais os produtos que as fazendas querem receber,” frisou o consultor do Sebrae, Fernando Amaral.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barreiras, Moisés Schmidt, está confiante com o programa como gerador de benefícios, tanto para as grandes, como também para as pequenas empresas. “Este projeto surgiu devido à necessidade dos serviços em nossas propriedades. Acredito muito que este projeto vai dar certo”, disse.
O produtor de soja e milho do Grupo Pradella na Coarceral, Luiz Antônio Pradella, espera que o encadeamento amplie e qualifique os serviços prestados pelos empreendedores e ainda facilite a vida dos produtores. “O projeto é interessante e deve ser levado a diante, pois a nossa região carece desse apoio”.
De acordo com o gerente regional do Sebrae, Emerson Cardoso, é preciso concluir o mapeamento das oportunidades de negócios e identificar potenciais empreendedores que tenham interesse em investir neste mercado. “Essa integração entre as pequenas e grandes fazendas é absolutamente estratégico para a criação de divisas em nossa região,” frisou Cardoso.