Artista plástico barreirense navega pelas ondas da poesia
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O artista plástico barreirense, Ataliba Campos Lima, nos seus 77 anos de inquietude e contestação expressadas através de suas obras, resolveu navegar pelas ondas das letras e lançou livro de poesias, muitas delas cobrando ‘Justiça Social’.

 

Da redação JornalNF

O artista plástico barreirense, Ataliba Campos Lima, nos seus 77 anos de inquietude e contestação expressadas através de suas obras, resolveu navegar pelas ondas das letras e lançou livro de poesias, muitas delas cobrando ‘Justiça Social’.

Com o título ‘Maria Benta: A Maria dos Meus Amores’, o livro mescla poemas dedicados a sua grande paixão, bem como cobranças das autoridades contra o descaço para com os moradores da Vila Brasil, bairro que viveu por muitos anos, a exemplo da poesia ‘Moradores de Periferia’.

O artista plástico e poeta Ataliba durante boa parte de sua existência passou por altos e baixos. Baixos, por que perdeu anos preciosos anos de sua vida, entregues a bebida e ao fumo. Vícios adquiridos pela sua enorme sensibilidade e capacidade de amar e também pela revolta do cerceamento das liberdades impostos pelo golpe militar de 64. Altos, por que soube dar a volta por cima, abandonando os vícios que tanto o maltrataram.

Assim como em suas telas, o agora poeta sabe que precisa deixar, através de seu livro, outro legado aos jovens e que ainda há tempo de ajudar a construir uma sociedade melhor.

Interessados em adquirir exemplares do livro podem entrar em contato com o poeta através do celular (77) 9819-1984 ou na sede do jornal Nova Fronteira, rua 19 de maio, 106B, centro de Barreiras. Telefone (77) 9 9996-3223 (Eduardo).

Passos Lentos

Trago em mim
os estragos dos tragos
tomados com afagos.
Acaricio em mim
as cicatrizes
de um passado ébrio.
Vejo
com meus olhos embaciados
o tremer de minhas mãos
e o falecer de suas células.
Ouço
em meu peito
o som frágil
de um coração desamado.
Caminhando
na lentidão dos meus passos
carrego o fardo das
decepções sofridas.
Detenho-me
na sordidez do social
brutalizado pelo
sistema desigual.
Nos meus sonhos
fantasio
uma sociedade
igualitária…
uma sociedade
humanitária.
E a realidade
sem ser imaginária
mostra-nos
uma sociedade
mercenária.
Com a proliferação
desenfreada
dos vendilhões
de virgens
e os mercadores
de deuses.

Ataliba Campos Lima
03, 09/08/1998 – 01h27

Jornal Nova Fronteira