Polícia Federal cumpre em Salvador mandados da Operação Lava Jato
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A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta quinta-feira, 04, em Salvador, dois mandados de busca e um de condução coercitiva em nova fase da Operação Lava Jato.

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Fonte G1/BA

A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta quinta-feira, 04, em Salvador, dois mandados de busca e um de condução coercitiva em nova fase da Operação Lava Jato. A ação começou durante a madrugada e é realizada em outros três estados brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

Na capital baiana, policiais federais estão reúnidos em um prédio no bairro do Comércio.

Ao todo, devem ser cumpridos 62 mandados: um de prisão preventiva, três temporárias, 18 de conduções coercitivas – quando a pessoa é levada para a delegacia para prestar depoimento – e 40 de busca e apreensão.

A última fase foi realizada no dia 14 de janeiro, com o cumprimento do mandado de prisão do ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró.

Segundo a PF, esta fase da ação é fruto da análise de documentos e contratos apreendidos anteriormente pela PF. Também contribuíram para esta nova etapa as informações oriundas da colaboração de um dos investigados, além da denúncia apresentada por uma ex-funcionária de uma das empresas investigadas. Os investigados, ainda segundo a PF,  poderão responder pelos crimes de fraude e licitação, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

A Lava Jato foi deflagrada em 17 de março de 2014 pela PF e identificou um grupo brasileiro especializado no mercado clandestino de câmbio. A Petrobras está no centro das investigações da operação, que apontou dirigentes da estatal envolvidos no pagamento de propina a políticos e executivos de empresas que firmaram contratos com a petroleira.

No dia 27 de janeiro, a Polícia Federal abriu mais 10 inquéritos para investigar possíveis fraudes em contratos da Petrobras. As investigações vão apurar a participação de empresas no esquema comandado pelo doleiro Alberto Youssef. Os documentos, assinados no dia 23 de janeiro, entraram no sistema da Justiça Federal no dia 26. Em um acordo de delação premiada, ele disse que as empresas pagavam propinas a funcionários da estatal para fechar contratos de obras.

Os inquéritos vão apurar a possível participação das empresas MPE Montagens e Projetos Especiais, Alusa Engenharia, Promon Engenharia, Techint Engenharia e Construção, Construtora Andrade Gutierrez, Skanska Brasil, GDK, Schain Engenharia, Carioca Christiani Nielsen Engenharia e Setal Engenharia Construções e Perfurações.

O delegado responsável pelo caso levou em conta os depoimentos de Youssef como base para abrir os novos inquéritos. Além disso, houve análise em diversos documentos, como recibos e comprovantes de depósitos que comprovariam a ligação entre essas empresas e outras pessoas investigadas na Lava Jato.

Entre os delitos cometidos por supostos “clientes” do esquema de movimentação ilegal de dinheiro estão tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração, contrabando de pedras preciosas e desvios de recursos públicos.

Sétima fase
Na sétima fase da operação, deflagrada em novembro, culminou na abertura de seis ações penais contra executivos de empreiteiras, além de ex-diretores da estatal e pessoas acusadas de operar o esquema de pagamentos de propina.

Os executivos são ligados às empresas Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia, OAS, Camargo Corrêa e UTC.

O juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça, aceitou todas as denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal (MPF) contra investigados na sétima fase da Lava Jato. Ao todo, 39 suspeitos se tornaram réus no processo.

Audiências
Desde segunda-feira, 02, o juiz Sérgio Moro realiza uma série de audiências com testemunhas de acusação no processo sobre corrupção na Petrobras. Nesta quinta, quarto dia de oitivas, continuam a ser ouvidas testemunhas arroladas no processo que envolve executivos da construtora OAS.

Estão previstos os depoimentos de Pedro Aramis de Lima Arruda, gerente de Segurança Empresarial da Petrobras; Gerson Luiz Gonçalves, chefe de auditoria interna da estatal; e Marcelino Guedes Ferreira Mosqueira Gomes, ex-presidente da Refinaria Abreu e Lima.

Jornal Nova Fronteira