A NEFASTA INFLUENCIA DO ÍDOLO
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Nos anos sessenta havia na empresa onde trabalhei quase quarenta anos, colega evangélico, que aproveitava todos as oportunidades para testemunhar a sua fé.

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Por Humberto Pinho da Silva

Nos anos sessenta havia na empresa onde trabalhei quase quarenta anos, colega evangélico, que aproveitava todos as oportunidades para testemunhar a sua fé.

Não era protestante, mas evangélico. Nunca ouvi de sua boca mais leve critica a outras denominações, nem referências brejeiras ao catolicismo. Era evangélico sincero, temente a Deus e não anticatólico, como muitos protestantes.

Para ele: cantores, jogadores, políticos, atores – símbolos da juventude, – eram ídolos que desviavam a mente de Jesus Cristo.

Embora houvesse exagero nesse modo de pensar, meu colega e amigo – já falecido, – tinha carradas de razão: os jovens “adoram” ídolos” – colam posters no quarto, colecionam autógrafos, revistas que publicam fotos ou entrevistas do ídolo favorito.

E não ficam por aqui – copiam frases, expressões, gestos, trajo, corte de cabelo… vícios e modos de pensar.

Outrora os modelos não eram as vedetas, mas os pais e os professores, que, com o exemplo e palavras, moldavam o carácter, assente em valores morais.

Hoje é a mass-media que fabrica os ídolos, coadjuvada pelos técnicos de propaganda e experientes psicológicos.

De tal modo influenciam, que os modelos dos jovens já não são os heróis e santos, mas figuras públicas, que lançam a moda, alteram gostos, modos de pensar e de agir.

Inocentemente os adolescentes julgam que estão a ser diferentes, atuais, livres de preconceitos, mas na realidade são bonecos de marionetas; seres consumistas. Para isso – só para isso, – fabricam o ídolo.
Então o jovem liberta-se de regras e hábitos familiares, e copia a do ídolo, que “realiza” o sonho – que gostaria que fosso real – de ser cantor famoso, escritor premiado, actor de sucesso.

O ídolo “ tornou-se” Deus…

Por sua vez, pais e professores foram lentamente perdendo autoridade. O pai, que outrora era severo em demasia, tornou-se colega, companheiro, incapaz de criticar, condenar atitudes…já não digo castigar, quando o filho desobedece ou pratica desvario.

Não há sociedade que consiga sobreviver sem valores. Além de servirem de bitola, imprimem o desejo de realizar ou atingir determinado fim.

É a educação que inculca os valores que regem a nossa sociedade, sem eles, é o caos social e moral. Seríamos simplesmente “ macaquinhos”.

Se os jovens não assimilarem os valores da família, porque não os ensinam ou não os cumprem, vão macaquear os do ídolo. Como, em regra, são contestatários e amorais, o adolescente segue igual conduta, embriagado pela mass-media, que em regra, apresenta e aprova comportamentos ignóbeis e reprováveis.

Mas se os pais e os educadores souberem incutir valores cívicos e morais, pelo exemplo e pela conduta irrepreensível, por certo, apesar da rebeldia, os jovens acabaram por adquirirem os pareceres e hábitos dos progenitores.

Apesar da nefasta influencia do ídolo, a consciência – como grilo de Pinóquio, – acabará por chama-los à razão.

Educar não é instruir. Educar é ensinar valores, regras de conduta, para virem a ser cidadãos corretos, honestos, e justos.

Jornal Nova Fronteira