Eu pensava, por a ter visto em fotografia, que conhecia a preguiça. Animal de aspecto grotesco, de caminhar lento, cor parda, que os índios brasileiros batizaram-na de unau. Mas não a conhecia: Não, senhor!
Treinador de futebol é mister; fotografia tirada pelo retratado, é selfie; ama é baby-stter; filme publicitário, é trailer; camisola de algodão, é T-shirt; vaporizador, é spray; atraente, é sexy; passatempo, é hobby, e por ai adiante…
Há a tendência de muitos, declararem que não conseguiram realizar obra, que se veja, porque o anterior – no cargo, – era incompetente.
Ouvi ou li, não me recordo onde, nem quando, que Aquilino Ribeiro, certa vez, asseverou: que era “ Contra tudo e contra todos”.
No meu tempo de estudante, tive companheiro, que se tornou intimo amigo. O jovem fora bafejado com traços apolínicos, mas não primava pela inteligência; e somava à desdita, o facto dos pais serem da classe média baixa.
Em meados de Dezembro, deste ameno Outono, em que o Sol ainda doira a cidade do Porto, fui a farmácia da baixa.
Recostada na cadeira de trabalho, em contraluz, diante da camila, revestida de toalhinha cor de canela, que tapa a braseira de cobre – onde em frias tardes de Inverno, ardem brasas rubras, – a zelosa mãe, de agulha na mão, acerta os calções vermelhos, da filha amada.
Ferreira de Castro era um menino de Ossela, Oliveira de Azeméis, que ao completar o ensino primário, abalou, em 1911, com doze anos, para o Brasil, em busca de fortuna, a exemplo de muitos portugueses do seu tempo.
Tenho um amigo que é escritor. Bem: não é propriamente escritor, mas cronista. Rabisca artigos no jornal da terra onde nasceu. É homem simples, humilde, mas de grande valor. Escreve com graça e a prosa é de leveza encantadora.
Nos anos sessenta apareceu por nossa casa, universitária francesa, que viera ao Porto ao abrigo de programa de intercâmbio de estudantes.