Um tiro no pé
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O atual gestor de Barreiras parece cometer o mesmo erro ocorrido em 2005, quando o prefeito Saulo Pedrosa anulou o concurso público realizado por seu antecessor e comprou uma briga, não com os 700 concursados da época, mas com toda uma estrutura familiar que envolvia esses servidores. Pessoas comentavam que Saulo tinha mexido, não somente com os 700 concursados, mas com aproximadamente 12 mil pessoas.

 

Por Eduardo Lena

O atual gestor de Barreiras parece cometer o mesmo erro ocorrido em 2005, quando o prefeito Saulo Pedrosa anulou o concurso público realizado por seu antecessor e comprou uma briga, não com os 700 concursados da época, mas com toda uma estrutura familiar que envolvia esses servidores. Pessoas comentavam que Saulo tinha mexido, não somente com os 700 concursados, mas com aproximadamente 12 mil pessoas.

À época, aliados de Saulo lhe alertaram para retirar a ação contra os concursados, mas ele foi irredutível em seu posicionamento, não negociou e nem recuou.

Bom, quem morava em Barreiras naquele período conturbado já sabe o resultado final, Saulo passou a ser odiado pelos servidores e sua rejeição foi tamanha que ele não teve condições de concorrer às eleições e nem mesmo eleger sucessor.

O atual prefeito, Zito Barbosa, parece seguir caminho semelhante. Recentemente enviou para a Câmara de Vereadores, em regime de urgência urgentíssima, os projetos de Lei nº 09 e 10, que impõe a ‘minirreforma’ do plano de cargos e salários e Estatuto do Servidor e que retiram direitos adquiridos durante anos. Esses projetos já receberam o parecer favorável das comissões de Educação, de Constituição e Justiça, de Orçamento e Finanças e a de Saúde, e preocupa ainda mais todas as categorias do funcionalismo público. Essas imposições que retiram os direitos do funcionalismo público afetarão as famílias, o comércio e toda cidade.

Zito não está comprando briga com 3 mil servidores, mas com um universo superior a 30 mil pessoas. Assim como Saulo, o atual gestor já passou a ser odiado pelos concursados e sua rejeição tende a aumentar.

Quem também deve sentir a rejeição do povo, são os vereadores aliados ao prefeito. Como Zito Barbosa possui a maioria esmagadora na Câmara de Vereadores, a tendência é que os projetos da minirreforma passem como um rolo compressor. Assim como ocorre em Brasília, onde o governo federal compra apoio de deputados com liberação de emendas parlamentar e oferta de cargos, aqui em Barreiras, comenta-se que a base aliada na câmara está totalmente comprometida com os mandos do atual prefeito. Um exemplo disso é a vereadora Graça Melo, que apesar de concursada pública, tende a votar a favor dos desejos do prefeito, uma vez que seu filho, o médico Rodrigo Melo, é diretor do Hospital Municipal Eurico Dutra, portanto, um cargo de confiança e basta apenas um canetaço do prefeito para ele perder o cargo.

Se os vereadores estivessem realmente comprometidos com seus eleitores deveriam se unir, procurar o gestor e comunicar da decisão de não aprovar neste momento a reforma do Estatuto e o presidente da Câmara deveria devolver os projetos ao executivo até que fosse aberta uma ampla negociação com os servidores.

Se isso não ocorrer, acredito que Zito e os vereadores da base aliada estarão dando um tiro no pé.

Jornal Nova Fronteira