Por Eduardo Lena
O Oeste de Santa Catarina e do Paraná, regiões colonizadas por descendentes de gaúchos, são onde se encontram os maiores percentuais de torcedores do Grêmio e do Inter fora do Estado do Rio Grande do Sul. As torcidas, assim como no Rio Grande do Sul, são bastante divididas, mas tem no clube local o seu segundo time do coração.
É nessas horas, quando o time da cidade está disputando jogos contra outras equipes que gremistas e colorados vestem a mesma camisa e abraçados vibram com as vitórias e choram nas derrotas. Esse era o caso da Chapecoense, clube do oeste catarinense que vinha em ascensão no futebol nacional e Sul Americano. Durante os jogos memoráveis da ‘Chape’ na Arena Condá, torcedores dos dois maiores clubes do Sul do Brasil (Grêmio e Inter) se abraçavam em nome de um bem maior, a busca pelo inédito título do representante brasileiro na Sul Americana.
Jogadores formados nas bases dos times gaúchos, criados no fervor da maior rivalidade entre clubes brasileiros, como Matheus Biteco (Grêmio) e Alan Ruschel (Inter), encontraram na ‘Chape’, um ambiente familiar e de união capaz de apagar toda a rivalidade existente em tempos outrora.
A decisão da direção do Atlético Nacional de Medelin, clube com o qual a Chapecoense disputaria a final da Copa Sul Americana, em abdicar do título em favor do clube brasileiro foi uma atitude só tomada por grandes seres humanos e que me deixou com um nó na garganta. Só nos resta agora rezar para que os que se foram encontrem serenidade em sua nova morada. Sigam em paz.