Da redação JornalNF

Invasores das áreas de reserva legal e APP’s do Distrito de Irrigação Barreiras Norte bloquearam na manhã de hoje, 18, a BA 447, rodovia que liga Barreiras a Angical, no Oeste da Bahia.

Incentivados por pessoas que tem interesse no voto das mais de 150 famílias do local, os invasores, que sabem que ocuparam uma área federal, que de acordo com Lei não permite invasões, eles pedem solução para a problemática e solicitam que o Projeto de Irrigação saia da coordenação da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) e passe para a administração municipal. Com isso ficaria mais fácil com que a legalização possa ser trocada por votos, uma vez que uma eleição municipal de avizinha.

Das aproximadamente 300 famílias invasoras, pouco mais de 20% são provenientes dos primeiros ocupantes. A maioria deles desmatou a reserva florestal e as APP’s, comercializaram a madeira com as panificadoras de Barreiras e venderam suas posses. Embora as pessoas que têm interesse no votos dos invasores afirmarem que os ocupantes destas áreas são sem terras e agricultores familiares, é comum ver invasores dirigindo caminhonetes cabine duplas e carros do anos. O que se percebe em muitos casos é que devido a proximidade de Barreiras, a especulação financeira tem incentivado as invasões. Há situações em que os proprietários são dono de mercadinhos na cidade e pagam para que famílias fiquem morando na invasão para manterem a posse.

A Codevasf tem ajuizada 12 ações de reintegração de posse que incluem as reservas florestais, APP’s e lotes empresariais. No dia 17 de dezembro do ano passado, o Juiz Federal Igor Matos Araújo concedeu a reintegração de posse em favor da Codevasf relativa a uma dessas ações envolvendo os lotes empresariais 95/AM e 95/BM. Na oportunidade mais de dez casas de alvenaria foram destruídas e vários barrocos derrubados. Apesar disso os invasores voltaram a ocupar os lotes, num flagrante desafio a lei.

Os invasores são presas fáceis nas mãos de pessoas inescrupulosas que tem interesse político. São incentivados a ocupar os lotes e construírem casas de alvenaria, para dificultar a ação da lei. Exemplos disso são invasores que colocaram todas suas reservas financeiras em cima do lote, tendo um deles que chegou a investir mais de R$ 70 mil numa residência, que em menos de dez minutos foi ao chão durante a reintegração. Outro exemplo é um invasor que vendeu um terra que tinha em Baianópolis e incentivado por políticos aplicou todo o recurso nos lotes invadidos. Resultado, ficou sem a sua terra legalizada em Baianópolis e sem o lote invadido. Mesmo assim se deixam iludir e continuam desmatando e construindo numa terra que não permite invasão. Pode demorar um pouco, mas mais cedo ou mais tarde a justiça deve conceder novas reintegrações de posse em favor da Codevasf.