Reunião na Aiba discute a cultura do trigo no Oeste da Bahia
  • Compartilhe:

O cerrado do Oeste da Bahia já está consolidado como um dos maiores produtores de soja, milho e algodão do Brasil e tem se destacado também como um potencial produtor de trigo.

aiba

Da redação JornalNF | Fotos Jaime Modesto

Foi realizada no final da tarde de ontem, 19, em Barreiras, Oeste da Bahia, uma reunião para apresentar aos agricultores a possibilidade de introduzir na região a cultura do trigo. O encontro teve a participação da diretoria da Associação dos Irrigantes da Bahia (Aiba), do presidente da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), Antônio Ricardo Alban, consultores técnicos e agricultores que já plantam a cultura ou que têm interesses em cultivá-la ou até mesmo adquirirem cotas da indústria a ser instalada na região.

aiba1

O cerrado do Oeste da Bahia já está consolidado como um dos maiores produtores de soja, milho e algodão do Brasil e tem se destacado também como um potencial produtor de trigo.

aiba2

Em 2006 a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agropecuário (EBDA) chegou a testar quatro cultivares de trigo na Chapada Diamantina com perspectivas promissoras, mas devido a falta de uma indústria de moagem na região a cultura não avançou.

No Oeste a perspectiva tem sido diferente. A possibilidade de usar o trigo como rotação de cultura, as vastas áreas agriculturáveis e os pivôs instalados criam um cenário promissor e tem atraído os olhares de empresários interessados em instalar na região uma indústria de moagem do cereal.

Segundo Julio Cezar Busato, presidente da Aiba, a cultura do trigo é muito interessante como rotação de cultura, principalmente para as áreas irrigadas no Oeste da Bahia. “O Brasil importa metade do trigo que consome e o Nordeste cem por cento, e como somos a porta de entrada do Nordeste existe essa possibilidade de produzirmos essa cultura. Atualmente já existem cinco mil hectares plantados com trigo no Oeste e se atingirmos trinta mil, conseguiremos viabilizar a vinda de uma indústria de moagem, fator fundamental para consolidar a cultura na região”, afirmou.

Dados da Fieb apontam o elevado consumo de farelo e farinha de trigo no Nordeste, sobretudo na Bahia. Os produtos comercializados e consumidos aqui provêm de outros estados brasileiros, principalmente da região Sul, e até de outros países e a instalação de uma indústria de moagem no Oeste iria suprir a demanda de abastecimento na região. “Já possuímos tecnologia para a produção de mais de seis toneladas de trigo por hectare, com grãos de excelente qualidade para a indústria. Se chegarmos aos trinta mil hectares plantados, ou seja, 28% da área irrigada do cerrado, o que é perfeitamente possível num futuro próximo, conseguiremos viabilizar a vinda de uma indústria de moagem para nossa região”, disse o presidente da Aiba, ressaltando que a industrialização vai gerar mais emprego e renda nos municípios produtores deste cereal.

Jornal Nova Fronteira