“Quem disse que depois de um câncer, não se pode ser sexy?!”
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Estamos no mês da campanha do câncer de mama, “Outubro Rosa” e quase um ano após o meu depoimento (“O câncer me fortaleceu!”) aqui no Jornal Nova Fronteira, depoimento esse que mostrou como eu recebi a notícia e como me preparei para seguir o tratamento

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Myrna Maia | Foto Liani Studio

Estamos no mês da campanha do câncer de mama, “Outubro Rosa” e quase um ano após o meu depoimento (“O câncer me fortaleceu!”) aqui no Jornal Nova Fronteira, depoimento esse que mostrou como eu recebi a notícia e como me preparei para seguir o tratamento. O tratamento ainda não acabou, inclusive em agosto/2015, me submeti novamente a duas cirurgias (ooforectomia e colecistectomia) por conta de um cisto tumoral em um dos ovários, mas graças a Deus, aos oncologistas, as orações dos familiares, amigos e a minha disciplina dentro do tratamento, foi tudo bem e o cisto era benigno!

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Ao longo desse um ano, me deparei com relatos surpreendentes de mulheres de idades diferentes com a autoestima baixa por conta de todo esse processo do tratamento. Mulheres belas, mas que perderam o brilho, a sensualidade e que preferem pensar que muitas vezes é difícil olhar para o espelho e ver que durante um tempo ficam carecas, inchadas, gordas ou magras, com cicatrizes e marcadas por cirurgias… E nesse momento pensam nos companheiros, em como explicar ou mostrar que não estão em sua melhor forma física. Inconscientemente, essas mulheres travam uma batalha silenciosa e sofrida de querer ser desejadas e amadas pelos companheiros, de querer que eles entendam o luto físico delas e tenham paciência para assimilar a grande transformação que o câncer as atribui.

É fato que ninguém nasce forte para sofrer e muito menos se programa para isso, mas quando o sofrimento bate à nossa porta, temos que fazer uma escolha racional: deixar que ele nos defina, esmagando-nos e nos vitimando, ou decidimos que ele só reforçará o que temos de melhor, e aproveitamos a vida após essa experiência de uma maneira muito mais sábia e interessante, escolhendo não se enfraquecer, nem se esconder diante das dores, pois escolhemos a vida…

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Analisando tudo isso e tendo como reflexo a minha própria experiência, me sinto na obrigação moral de entender e responder para essas mulheres, que realmente o corpo passa por transformações e muitas vezes até evitamos de nos arrumar, sair, namorar… Eu mesma não estou na minha melhor forma, mesmo fazendo atividade física e tendo modificado toda a alimentação. Porém, não devemos nos excluir, nos entregar. Pelo contrário, é justamente neste momento que precisamos nos descobrir intimamente, nos observar, nos dá a chance de nos explorar psicologicamente e fisicamente, mostrando para nós mesmas e para nossos companheiros, o verdadeiro significado de ser mulher e que apesar de passar por qualquer tipo de tratamento, podemos nos sentir desejadas e amadas… Ainda completo dizendo que por incrível que pareça, o câncer lhe revela toda a beleza da vida e transforma profundamente a relação que você tem com o momento presente. Por isso mulheres, elevem sua autoestima, descubram a fortaleza que há em cada uma, a beleza da alma que se conecta com Deus, permitam ser desejadas e siga em frente com esperança e otimismo, sabendo que cada dia merece ser um grande dia.

Jornal Nova Fronteira