Presidente do CBHSF cobra ações imediatas para o rio São Francisco
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As águas da bacia do São Francisco não podem e não têm condições de serem demandadas nessa intensidade pelo setor elétrico

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Imprensa do CBHSF

“O Comitê do São Francisco é a instituição que mais investe na elaboração de planos de saneamento básico de municípios ribeirinhos”, disse o presidente da entidade, Anivaldo Miranda, durante apresentação no SemiáridoShow 2015, ocorrida nesta quarta-feira, 21, em Petrolina, no agreste pernambucano. A declaração veio a propósito de cobrar contrapartida dos governos estaduais e federais no que tange a execução desses planos, no sentido de diminuir a forte degradação ambiental que assola o rio.

“É inaceitável que cidades como Juazeiro e Petrolina continuem despejando os seus dejetos no curso d’água do São Francisco. Criamos os primeiros 25 planos, com a garantia que novos virão. Agora, é preciso colocá-los em prática. Isso é responsabilidade do Estado e União”, pontuou. Com recursos da cobrança pelo uso da água, o CBHSF aplicou cerca de R$ 7 milhões na iniciativa.

Miranda voltou a reivindicar uma agenda futura para a bacia do São Francisco, especialmente na mudança da matriz energética do país. “As águas da bacia do São Francisco não podem e não têm condições de serem demandadas nessa intensidade pelo setor elétrico. Será preciso pensar outras alternativas para a geração de energia, caso contrário o rio São Francisco estará fadado ao fim,”, comentou.

O ambientalista reforçou ainda o pedido da entidade de compor o tão esperado Conselho Gestor da Revitalização da Bacia do Rio São Francisco, previsto pelo governo federal. “O governo prometeu que a cada real gasto na transposição, o mesmo valor seria investido na revitalização. Só que isso nunca ocorreu”, disse, lembrando os R$ 8,2 bilhões já orçados para o projeto da transposição.

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco é um órgão colegiado, integrado pelo poder público, sociedade civil e empresas usuárias de água, que tem por finalidade realizar a gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos da bacia, na perspectiva de proteger os seus mananciais e contribuir para o seu desenvolvimento sustentável. A diversidade de representações e interesses torna o CBHSF uma das mais importantes experiências de gestão colegiada envolvendo Estado e sociedade no Brasil.

Jornal Nova Fronteira