É a Imprensa livre o 4º Poder?
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Num regime de liberdades democráticas tem fundamental importância o papel da imprensa, uma vez que, conforme a definiu Ruy Barbosa certa feita, ela é: “os olhos da sociedade”.

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Vinícius Lena

Num regime de liberdades democráticas tem fundamental importância o papel da imprensa, uma vez que, conforme a definiu Ruy Barbosa certa feita, ela é: “os olhos da sociedade”. E como seu papel tem um certo paralelo entre os três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – pode-se considerar como um quarto poder? E dessa forma deve exercer sua função como muito comedimento e equilíbrio como qualquer um dos outros setores da sociedade. Em contrapartida, qualquer sociedade evoluída reconhece que a liberdade de expressão, conforme reza nossa Carta Magna, a Constituição Federal, é fundamental para que a verdadeira imprensa exista e desempenhe seu papel.

Se formos traçar um paralelo entre a imprensa que existia nos anos de chumbo dos períodos de exceção – ditaduras de Vargas e depois a ditadura militar, onde a censura, a truculência e o terrorismo institucionalizado ditavam as regras, – e a imprensa que prosperou no Brasil após abertura democrática, dá bem uma ideia da enorme diferença entre uma e outra.

A primeira limitava-se apenas a papagaiar, como aquela ave que repete tudo o que o dono diz ou ensina, deixando passar, como gata-cega, aquilo que a sociedade precisava saber sobre escândalos, falcatruas e corrupção dos poderosos de plantão. Enquanto que na imprensa que atua hoje em nosso País vemos exemplos diariamente da grande mídia a vasculhar nos meandros do poder e dos poderosos, denunciando, opinando, cobrando e sugerindo soluções, exercendo, em fim, o papel de uma verdadeira imprensa livre.

O que estamos assistindo hoje em nosso país é um exemplo clássico disso: A força que a imprensa dita livre tem dispensado, e apoiado, as ações de um magistrado federal que,com destemor e ousadia no cumprimento de suas funções, está tentando desbaratar – e está conseguindo – uma quadrilha formada por políticos de plantão, em todos os níveis e todas as siglas, que sugava o sangue dos brasileiros através da sangria de nossa principal empresa genuína, a estatal Petrobrás.

Voltando ao caso de nossa Barreiras a imprensa também passou por essas fases. Antes da abertura democrática a que existia só podia papagaiar. E olhe lá. Aqui, por exemplo, uma censura disfarçada na forma de terrorismo econômico, permaneceu ainda por vários anos após a abertura democrática. Costumo dizer que antes da instalação da sucursal do jornal A Tarde, de Salvador em 1990, sob a responsabilidade do jornalista Sergio Fonseca, Barreiras era um feudo onde tudo o que acontecia por aqui não passava da Serra do Mimo e morria por aqui mesmo. E logo a seguir veio a TV Oeste, afiliada da Rede Globo, que, apesar das limitações ditadas pela matriz, foram dois veículos que abriram um canal direto com a mídia nacional. Derrubando de certa forma as barreiras da Serra do Mimo.

Considero que em nossa cidade, a verdadeira abertura teve início neste período, pois a partir daí os veículos de informação começaram a ter consciência de seu verdadeiro papel na sociedade. Contudo ainda paira como uma sombra maléfica resquícios dos tempos de exceção, uma espécie de censura disfarçada, um fator limitante na forma de terrorismo econômico, onde, basta o veículo desagradar “A” ou “B”, politicamente falando, para ter o dissabor de ser massacrado economicamente e vilipendiado na tentativa de ser alijado do processo. Porém neste caso resta-nos a grande força de qualquer jornal, revista ou qualquer outra figuração escrita que se preze: a força do apoio popular.

Quem afirma isso somos nós, que já completamos em 09/12/2015 os 26 anos de circulação ininterrupta, para o louvar a memória de seus fundadores, que já não estão mais entre nós: Vitor Emanuel Lena e Sidney Marcelo Campestrini.
E também, puxando as brasas para nossa sardinha, graças aos esforços ingentes de Vinícius Lena, Eduardo Lena e Leila Ribeiro, que não deixamos a bandeira da luta cair quando as águas se agitavam de tal forma, que parecia que a nau soçobraria. Não soçobrou e aqui estamos com muita honra tentando praticar uma imprensa livre em Barreiras. E… se conseguiremos nosso desiderato só o tempo futuro dirá. A mesma resposta para a pergunta que titula matéria.

Jornal Nova Fronteira