Dia internacional da mulher

Publicada em 07/03/2016 às 15:34

mulheres

Texto Vinícius Lena | Foto divulgação

Desde os primórdios da história da humanidade, em todos os núcleos populacionais, em todas as religiões, em todas as civilizações, em todos os impérios a mulher sempre foi considerada um ser humano inferior. Na chamada civilização ocidental que se inicia na Grécia, 1000 anos A.C., embora admitissem e adorassem figuras femininas como deusas: Atena, Ceres, Diana, Afrodite e tantas outras, a mulher tinha um lugar secundário na sociedade grega. Aristóteles dizia: “A mulher pode ser considerada um homem inferior”.

Na Roma antiga apenas as Matronas do Patriciado Romano, gozavam de certa regalia, embora forma limitada. A mulher da plebe, assim como a escrava, era considerada apenas objeto disponível ao usufruto do homem.

As religiões ao longo dos séculos sempre foram rigorosas em sua discriminação contra a mulher. Todas elas faziam de sua sujeição ao homem um artigo de fé, baseadas em sua suposta inferioridade natas. O Antigo Testamento a apresenta como um instrumento de tentação, levada a induzir o homem ao pecado por sua natureza ‘perversa’. No Novo Testamento, o apóstolo Paulo escreve em sua Epístola aos Efésio: “As mulheres sejam submissas as seus maridos. As mulheres devem permanecer caladas em todas as reuniões públicas”. Por sua vez o Alcorão proclama: “Os homens têm autoridade sobre as mulheres pelo que Deus os fez superiores a elas”. Na lei corâmica os direitos hereditários da mulher equivalem a metade dos direitos de homem, e diante dos tribunais o testamento de um homem vale o de duas mulheres.

Na Idade Média, então, a mulher foi levada pela religião dominante de então, o cristianismo, à condição de bruxa, feiticeira e fonte de todo o mal. Milhares foram levadas vivas à fogueira. Somente no século XVIII, com o Iluminismo surgido na França, foi que o quadro começou a mudar. Entretanto decorreria mais um século para que elas começassem a ser reconhecidas, não apenas como escravas, objeto de uso pessoal dos homens como seres inferiores.  Eis que ainda em 1857 elas eram queimadas vivas, como ocorreu no dia 8 de Março daquele ano, quando um grupo de 130 operárias de uma fábrica de tecidos em Nova York, por terem entrado em greve reivindicando melhores salários e redução do horário de trabalho de 16 para 10 horas por dia, foram fechadas na fábrica e esta incendiada.

Este fato, embora na época tenha provocado algum constrangimento em alguns círculos, foi votado ao esquecimento até 1903 quando um grupo de profissionais liberais americanos fundou a Women’s Trade Union League, uma associação com finalidade de ajudar as trabalhadoras a exigirem melhores condições de trabalho. E finalmente em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido comemorar o 8 de Março – data do massacre de Nova York – consagrando-o como Dia Internacional da Mulher.

Contudo, o certo é que esta simples leizinha comemorativa não resolveria a questão contra a mulher, pois elas continuaram, pelos séculos afora sofrendo em alguns tipo de discriminação na sociedade em que viviam. No Brasil, por exemplo, o problema era tão drástico e comum, que foi preciso aprovar-se uma lei específica –  a Lei Maria da Penha –  que se comemora a  22 de setembro – que  rege o assunto e prevê detenção de até 6 anos aos infratores.

Por isso o Dia 8 de Março, não deve passar em branco, pois esse Ser Humano a quem tanto deve a humanidade, que toda e qualquer manifestação, pública ou privada que se realizar, será pelo menos um indicativo que hoje em dia, elas possuem uma lei que as protege e nem as recomendações  do Apóstolo Paulo, em sua Carta aos Efésio, tem mais validade.

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