Barreirenses promovem abraço simbólico no rio Grande
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Centenas de moradores de Barreiras, preocupados com o baixo nível de água do rio Grande promoveram um ato simbólico em protesto contra a situação caótica do principal afluente do rio São Francisco. A manifestação iniciou por volta das 16h e teve apoio de instituições sócio-ambientais, acadêmicas

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Da redação JornalNF | Fotos Marcus Vinícius Lena

Centenas de moradores de Barreiras, preocupados com o baixo nível de água do rio Grande promoveram um ato simbólico em protesto contra a situação caótica do principal afluente do rio São Francisco. A manifestação iniciou por volta das 16h e teve apoio de  instituições sócio-ambientais, acadêmicas, culturais e da Prefeitura Municipal de Barreiras que disponibilizou um palco na praça Landulpho Alves para que a comunidade pudesse assistir apresentações populares e se manifestar, demonstrando sua indignação.

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Posteriormente, autoridades políticas, religiosas e moradores deram as mãos em volta do cais num ato simbólico em defesa dos rios que compõem a Bacia Hidrográfica do rio Grande. Uma carta de intenções foi elaborada para firmar compromissos envolvendo todos os usuários dos rios e durante a manifestação o prefeito Antônio Henrique de Souza Moreira assinou o Decreto Municipal 292/2016, com destaque para a defesa dos recursos hídricos que fazem parte do território de Barreiras.

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Como o período de chuvas na região vai de outubro a maio de cada ano, 2016 foi um o pior já registrado do Oeste da Bahia, com índice pluviométrico em torno de 40% menor. Na região do Vale foi registrado uma média de 900mm, quando o normal seria 1.100mm. O pior ocorreu no cerrado baiano, nas divisas com os Estados de Goiás e Tocantins, que em anos normais registra uma média de até 2.100mm, contra os 1.100mm anotados esse ano.

Além desse do ano atípico, vários fatores têm colaborado para a redução do nível de água nas inúmeras bacias hidrográficas no Oeste baiano, entre elas podemos ressaltar a forma com que a chuva tem caído na região e o uso indiscriminado para a irrigação. Nos últimos quatro anos, anteriores a 2016, as chuvas até se mantiveram próximo da média histórica, mas as precipitações ocorreram em períodos concentrados, dificultando a recarga do lençol freático, principal fonte de abastecimentos dos rios do Cerrado Baiano.

Outro ponto a ser discutido pela sociedade é a ocupação desenfreada das margens do rio de Onda desde sua desembocadura no rio Grande. O rio que abastece a cidade de Barreiras tem suas duas margens ocupadas por chácaras de lazer, numa extensão aproximada de 50 quilômetros, e embora não seja necessário a outorga de uso da água, é preciso que os proprietários comuniquem ao Inema sobre a retirada de águas usadas para consumo animal e irrigação de gramados e pomares.

Demonstrando preocupação com as baixas vazões dos rios que abastecem o Oeste da Bahia, os agricultores do cerrado decidiram suspender a irrigação em mais da metade da área agrícola regada pelos 1150 pivôs. Isso significa que dos 120 mil hectares irrigados na região, cerca de 72 mil hectares terão seus equipamentos desligados. É correto afirmar que produzir para a segurança alimentar é importante, mas o fundamental nesse momento é garantir o abastecimento de água para os barreirenses e as comunidades ribeirinhas.

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Jornal Nova Fronteira