Agricultores baianos investem em estudo para uso de pó de rocha para aumentar nutrientes do solo
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Os agricultores baianos, por meio da Fundação Bahia, Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), vão passar a investir em pesquisas para utilizar a eficiência do pó de rocha moída com o objetivo de liberar mais potássio no solo como fonte de nutriente para as plantas, a baixo custo. Os estudos serão liderados pelo pesquisador da Embrapa Cerrados, Éder de Souza Martins, que apresentou nesta segunda-feira, 29, para produtores e técnicos do oeste da Bahia

 

Ascom Abapa

Os agricultores baianos, por meio da Fundação Bahia, Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), vão passar a investir em pesquisas para utilizar a eficiência do pó de rocha moída com o objetivo de liberar mais potássio no solo como fonte de nutriente para as plantas, a baixo custo. Os estudos serão liderados pelo pesquisador da Embrapa Cerrados, Éder de Souza Martins, que apresentou nesta segunda-feira, 29, para produtores e técnicos do oeste da Bahia, os resultados favoráveis do uso de pó de rochas silicáticas como fontes de potássio para o solo na agricultura.

 

Durante a apresentação, Martins reforçou que o uso adequado de agrominerais silicáticos simula processos naturais de renovação do solo e podem fornecer potássio, cálcio, magnésio, silício e outros micronutrientes, além da produção de argilominerais e acúmulo de matéria orgânica. Desde 2000, o pesquisador da Embrapa conduz os estudos sobre diversos remineralizadores (insumos formados por rochas silicáticas moídas) oriundos de rochas abundantes no Brasil, que ampararam a legislação sobre o assunto.

“Temos dois fornecedores de mineralizador próximos à região, em Dianópolis (TO) e Formosa do Rio Preto (BA), que podem atender a demanda local. Mas antes vamos testar se as rochas têm potencial de uso agrícola nos solos da região. E, para isto, faremos os testes em casas de vegetação e no campo experimental da Fundação Bahia, em Luís Eduardo Magalhães, para comprovar a eficiência e potencialidade do pó de rocha para liberar nutrientes”, afirma Martins, da Embrapa, reforçando os diversos estudos que mostram a eficiência agronômica de vários tipos de rochas.

Durante a explanação aos técnicos e produtores, a presidente da Fundação Bahia, Zirlene Zuttion, reforçou que todos os estudos que possam reduzir os custos para os agricultores são incentivados na entidade. Para o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, é importante avançar no uso da tecnologia em todos os processos que envolvem a produção agrícola. “Pelos resultados já alcançados na prática, temos certeza que depois dos estudos específicos para a nossa região, o uso dos remineralizadores poderá ser uma realidade para trazer mais produtividade com menor custo para o produtor”, afirma.

Segundo a pesquisa da Embrapa, 95% do potássio usado na agricultura é importado, sendo que boa parte dos remineralizadores são ricos nesse mineral, além de conter cálcio e magnésio. Além de nutrirem as plantas, os remineralizadores podem, dependendo da fonte, contribuir para a correção do alumínio tóxico no solo e melhorar a capacidade de troca de cátions (CTC) do solo, propriedade importante para a retenção de nutrientes. Desde março de 2016, os remineralizadores podem ser registrados no Ministério da Agricultura (Mapa) para uso específico na agricultura. As instruções normativa Nº 5 e 6, publicada em 10 de março de 2016, estabelecem as especificações para o uso destes insumos na atividade agrícola.

Jornal Nova Fronteira